Perdida no elevador

Eu sou meio atrapalhada pra encontrar endereços. Sempre acho que vou entrar num buraco negro e sair lá no Cazaquistão. Medo de encontrar o Borat. Só que, desta vez, eu sabia chegar ao prédio, aqui perto da agência. Só não lembrava o danado do apartamento. Mas quem se perde no elevador? Confiante, perguntei ao porteiro, que prontamente respondeu:

- Dona Gisele? Tá tendo uma reunião lá, né? Apartamento 1902. Vai pelo outro elevador que a porta fica bem em frente.

Disso eu lembrava. Confiante, apertei o 19º andar e lá fui eu. Quando o elevador abriu, a porta do apê também estava aberta. Ao invés dos meus amigos e da champa, a sala estava ocupada por dois casais e uma senhora muito simpática. Todos sentados em frente a uma mesa com sucos, biscoitos e frutas. Imagine a situação. Eles olhando pra mim. Eu olhando pra eles. Todo mundo com cara de interrogação.

Eu: Aqui não é a casa da Gisele, né?

Moça: É sim. Você veio pro curso de noivas?

Eu: Não – respondi pensando “porteiro filho da puta!”

Senhora: Qual a outra Gisele? Eu moro aqui há muito tempo, eu posso conhecer.

Eu: É uma morena, mãe do Pedro. Ela mora aqui há muito tempo também.

Senhora: É filha de fulana? Que mora em Manhumirim?

Eu: Essa mesma!

Senhora: Ahhh, sei quem é! Mas esqueci o apartamento. Espera aí que vou ligar pro porteiro. Entra minha filha, pode sentar.

Eu: Não... não... obrigada... - agradeci sem-graça, estranhando que, ao lado da porta, tinha uma mini-pia de água benta. Quem tem isso em casa?

Senhora: É no 4ª andar. Apartamento 401.

Eu: Obrigada, mais uma vez – falei antes de sair correndo para o outro elevador.

Já no quarto andar, percebi que tinha algo errado. A luz do corredor estava apagada e a porta, fechada. Só tive certeza que havia alguém em casa porque ouvi uma música. Nada de rock, ou pop, ou blues, ou A Barata Diz Que Tinha. Alguém tocava... piano! O maldito porteiro tava de sacanagem com a minha cara. Não era possível. Irritada, desci para esganá-lo.

Eu: Você me mandou duas vezes para o lugar errado!

Ele: Ahhh.. é que tem duas Giseles no prédio. E as duas tão fazendo festa.

Eu: Tá, tá. Agora, por favoooooooor: qual o apartamento?

Ele: 404.

Eu: Então liga pra ela e dá uma conferida, por favor. E peça pra ela me esperar na porta.

Ele: Dona Gisele, a Anna tá aqui e vai subir. Ela pediu pra senhora esperar ela na porta. Uhum, é no 404, né? Uhum... brigada. Boa noite pra senhora.

Juro que me falou pouco tomar o interfone da mão dele pra conferir que era a minha amiga mesmo do outro lado. Meda de ir parar em outro apê com algum evento estranho, tipo um aniversário de cachorro.

Graças a Deus, cheguei sã e salva. A parte boa do atrapalhamento foi contar o causo recente aos amigos. No final, isso rendeu tantas risadas que deveríamos ter levantado um brinde ao porteiro.

6 comentários:

Gabriela disse...

Anna,

eu lembro do episódio e ri mto.....
ahahhahahaha
mas o apto é 402 e não 404......hahahahahaha
bjs

Anônimo disse...

amiga vc eh muito figura... so jesus..ehehehe

Dedinhos Nervosos disse...

Gabiiiii,
Gente, tô eu errando de novo o número do apartamento! Ô sina minha! ahahahha
Bjos!

Camila,
Eu atraio essas coisas... meda! hahah
Bjos!

Leandro disse...

Que tal anotar o número do apto num papelzinho para não errar da próxima vez?

Evandro Varella disse...

Tenho muita experiência nesse tipo de coisa... a última foi parecida... ao chegar no prédio do cunhado, o porteiro me reconhecendo abriu a portaria... sempestanejar subi para o 9º andar, toquei a campainha, e imediatamente ao abrirem adentrei. Era um almoço de família. Só, não era da minha, rsss. Foi então que percebi que o andar do cunhado não era o 9º mas o 8º. Situação constrangedora.
Beijos

Dedinhos Nervosos disse...

Leandro,
Ahhh, mas aí eu vou ter menos posts pro blog! haha
Bj!

Leandro,
Pelamor!!! Vc foi mto pior do que eu! Imagino a cara do povo com um estranho plantado no meio da sala! hahaha
Bjos!