Dogville



Longo, lento, louco, lindo. Assim é Dogville, um filme para poucos. Quando eu falo que é para poucos não estou tirando onda de inteligente, ou cult. Mas um filme que tem mais de 3 horas de duração, desprovido de cenários, desenrolar vagaroso e sustentado “apenas” pela beleza, inteligência e complexidade dos diálogos não consegue conquistar qualquer pessoa. Vi Dogville por acaso. 23h, sábado, meio sonolenta. Entre um canal e outro, dei de cara com a produção que mais parecia uma peça de teatro filmada e só não troquei o canal porque já tinha ouvido falar do filme e resolvi conferir se era tudo isso mesmo. Não era. Era muito, muito mais. É um dos filmes da minha vida e possui 2 dos diálogos mais inesquecíveis que já tive o prazer de ouvir. Nicole Kidman brilha neste longa dirigido por Lars Von Trier, também o responsável pela continuação, Manderlay, que ainda não assisti.

Para mim, Dogville mostra que o poder corrompe o ser humano de caráter fraco e índole duvidosa. É o exemplo perfeito do quanto uma pessoa pode ser, ou se tornar, má quando sabe que tem a outra nas mãos, quando sente que está em pleno poder da situação. E pode acontecer aos pouquinhos, sem ninguém se dar conta. Esse comportamento vale para qualquer ocasião: amor, trabalho, amizade (?), sexo, e por aí vai. Dogville, um filme que fala muito, mas só para poucos.

Um poço de perigo

Minha mãe era o cão quando pequena. Minha avó conta uma história muito engraçada de quando ela tinha uns 4 anos. Nessa época, quase todos os vizinhos tinham 1 poço em casa. E na maioria das vezes, esses poços eram tampados por uns pedaços de madeira. Um absurdo total. Esse era o desespero da minha família porque a casa ao lado da minha tinha uma ameaça dessa. Bastava mamãe se aproximar do muro para alguém sair correndo em direção a ela falando:

- Não vai pra lá, minha filha. Aquilo ali é um perigo! É um perigo!

Isso sempre se repetia. Alguém da família mostrava o poço e falava que era um perigo! (com exclamação mesmo). E olha que a Samara ainda nem era conhecida. Até que um dia, mamãe sumiu. Procuraram por todos os lados. Olharam embaixo das camas, dentro dos guarda-roupas, atrás das cortinas e nada dela. Depois de um tempão, começaram a gritar o nome dela pelo quintal até que ela respondeu.

- Tô aqui!
- Aqui aonde, menina?!
- Tô aqui, no perigo!

Ela estava sentada em cima dos pedaços velhos de madeira, exatamente sobre a boca do poço.

Do paraíso ao inferno

Há uma semana que a pressão de vovó está um carrossel. Mas como não subia muito e a consulta era logo nesta 2ª feira, procuramos controlar com os remédios dela e foi dando certo até sábado. De manhã, estava mais ou menos, na hora do almoço melhorou. Ficamos mais tranqüilas.

À noite, fui toda contentinha ao teatro ver “Monólogos da Vagina”, sem maiores preocupações. Consegui relaxar um pouco e me diverti bastante com a peça. Nem estava muito animada, mas como passei perto do Marista (foi no teatro do colégio) e o preço era honesto, parei e comprei pra sessão das 21h, no sábado mesmo, 2ª fileira. Praticamente em cima do palco. Olha, se você ainda não viu a peça, não pode perder. É muito, muito engraçada; divertida até a última lágrima arrancada à base de gargalhadas. Logo que acabou, resolvi melhor ir embora para casa. Quando cheguei, ainda com câimbras nas bochechas, encontro minha mãe toda séria, sobrancelhas franzidas e ar preocupado. Era minha avó, que tinha passado mal.

Com o coração aos saltos, fui ouvindo a história. Logo que saí pro teatro, vovó reclamou que estava sentindo uma baita pressão na nuca e a boca estava ressecada, sintomas básicos de que a pressão está botando pressão na pessoa. Mamãe arrumou os documentos dela e partiram para o hospital. Lá, um médico deu uma injeção na veia, mas não colocou o remédio embaixo da língua, procedimento que sempre fazem. Só sei que a pressão, que estava em 20-9, foi pra 22-9. Fizeram eletrocardiograma (que estava tudo bem, graças a Deus), deram um novo remédio e a pressão cedeu. Quando cheguei em casa, ela estava dormindo. Às 4:40 da madrugada, novo drama. Acordei assustada com ela tentando sentar na cama, sem muito sucesso, e suando bicas. Acendi a luz e a única cor que ela tinha era o roxo da boca. Nem preciso dizer que quase tive um ataque. Acho que por ter tomado 2x o remédio no hospital, ela teve uma queda gigante de pressão. Eu não conseguia medir a pressão porque não ouvia nada, nem conseguia sentir o pulso. E ela ficava meio caindo de lado, não respondia direito, fraca toda vida. Deus que me perdoe, mas pensei até que ela estava tendo um AVC. Só foi melhorar depois de tomar um café bem forte e meio amargo, feito por mamãe horas antes. A melhora foi rápida. Em poucos minutos a cor tinha melhorado. Como ela reclamou de fraqueza, amassei uma banana e coloquei Farinha Láctea e Sustagem. Só depois disso que ela conseguiu dormir.

Ontem, domingo, ela acordou com a pressão normal, mas ainda de ressaca pela oscilação da pressão. Quase não saí de perto dela. Pô, Dona Linda tem 81 anos e é, junto com a minha mãe, a pessoa mais importante na minha vida. Logo que o dia amanheceu, eu, que não preguei o olho o resto da madrugada, agradeci a Deus por mais esta manhã com minha avozinha. Agradeci também por estarmos em casa nesse momento tão complicado. Eu e mamãe temos um acordo: sempre que uma vai sair, a outra fica em casa, para que vovó nunca fique sozinha, tendo a companhia apenas da minha tia (que também é de idade). O dia ontem se arrastou para mim, foi pesado e triste.

Hoje quando ela voltou ao médico, tava a pressão lá, teimosa, em 17-8. Novos remédios foram passados e agora é ficar de olho para ver o efeito.

Quando eu me despedi para vir à agência, ela me deu um apertão tão forte que foi difícil me separar dela. Aí riu e falou que lembrava da brincadeira que eu tinha feito antes dela cair no sono, depois do piripaque.

Ela: Sei lá... parece que eu tô indo...
Eu: Indo pra onde a essa hora? Tá doida? Vai a lugar algum. Vai ficar aqui comigo. Pára com isso.

Ela deu um sorrisinho e logo dormiu. Eu permaneci acordada.

Os cuecas (também) não devem perder

Senhora do Destino

Temos uma nova empregada aqui na agência. O nome dela é Nazaré. Por motivo de segurança tomei 2 providências:

1) Escondi a tesoura;
2) Nunca ousei subir ou descer as escadas quando ela está por perto. E temos muitas escadas por aqui.


Eu, heim, vai que é coisa do nome? Seguro morreu de velho, e não rolando pelos degraus.
A 1ª alternativa era Morro de São Paulo, mas me faltou companhia. A 2ª alternativa era Rio das Ostras – para o Festival Internacional de Jazz – mas me faltou dinheiro. E agora estou aqui, no meu quarto (brigando com meu PC) e o bolso mais vazio. Explico: depois de uns 10 anos sem ver a cor de uma tinta nas paredes, resolvemos pintar a casa. Isso quase aconteceu no ano passado, quando vovó e mamãe, que pensam ser milionárias, chamaram um pintor que deve estar acostumado a trabalhar com gente rica e marcaram de iniciar a empreitada no outro dia! Como que uma criatura que vai mexer com obra não faz uma pesquisa antes? Quando soube do preço, fiz um escândalo e não deu outra: embarguei a obra. Depois de conversar com algumas pessoas, achei um pintor que me apresentou um preço honesto e hoje ele está aqui, deixando a minha casa mais bonita. O problema é que além da pintura, já apareceu mais coisa para fazer.

E além do TUM TUM TUM o dia inteiro, ainda passei algumas horas da tarde dentro de uma loja apinhada de gente, me estapeando com clientes enlouquecidas pelas promoções de roupas de cama, de banho e travesseiros. Depois de muitas negociações com vovó, compramos muita coisa bacaninha. E não é gostei desse meu lado dona de casa?

Amanhã tenho que acordar CEDO para comprar o que faltou. Nossa... consegui até ouvir o sonzinho acalentador do mar agora. (suspiro)

Ps. Agora vou pegar meu cineminha semanal, hábito que acabei deixando de lado por algum tempo. Imperdoável.

Albergue – uma boa alternativa para viajar, sem gastar muito.


Mais um feriado está chegando e quantas vezes você deixou de viajar porque não tinha companhia, ou ficava pesado pagar uma hospedagem sozinha? Ou que a Pousada era muito cara e a grana tava mais curta do que a perna do Frodo? Eu já. E mais de uma vez. Mas depois do carnaval, minha vida mudou. Fui apresentada ao fabuloso mundo dos albergues.

Logo que amigo Carlos avisou que íamos ficar em albegues em Olinda, Porto de Galinhas e Recife, eu confesso que tremi na base. É que sou meio fresca para hospedagens. Não quando fico na casa dos outros. Aí, eu durmo até debaixo do sofá, pode me convidar sem medo (não custa tentar, né? rs). Mas aventuras em lugares distantes da minha casinha, da minha caminha onde durmo com meus 2 travesseirinhos... aí já é outra coisa.

E por me conhecer bem, eu fiquei meio assustada quando soube que teria meu batismo num albergue. Albergue? Ai meu Deus! Nem quando eu era estudante me aventurei num albergue. Sempre pensei neles como território sem lei. E ao contrário da maioria dos adolescentes, eu nunca achei muita graça em lugares bagunçados, passando perrengue sem poder dormir em paz, acordando com pasta de dentes na cara e correndo o risco de ter alguma coisa roubada. É, eu sou chata pra isso. Furdunço só da porta do quarto pra rua, por favor.

Vendo a minha apreensão, amigo Carlos me perguntou se eu estava com medo. Medo, medo, não. Somente alguma preocupação, respondi. E comecei a fazer uma série de perguntas.

Eu: É muito bagunçado?
Ele: Não. É igual a pousada.
Eu: Mas tem café da manhã?
Ele: Tem.
Eu: Tem frigobar?
Ele: No de Olinda, não. Só em Porto de Galinhas.
Eu: Se eu deixar algo na geladeira, vão roubar?
Ele: Olha, eu acho que ninguém rouba nada, não.
Eu: Dá pra fazer comida mesmo?
Ele: Sim, mas tem que ter disposição, né? Mas pode levar seu miojinho. E pára com isso, amiga Hanna, você vai gostar.
Eu: Tá bem... – e acendi uma vela.

E não é que ele tinha razão! Gostei muito de ficar num lugar mais democrático, onde as pessoas costumam conversar na hora do café, saem juntas e ainda reúne gente do mundo todo. Sei lá, tem o clima de descontração de uma casa de praia da mãe do amigo, por exemplo. Mas como se ela estivesse atenta aos excessos. Acho que é mais ou menos isso. E acabei fazendo uma amizade muito bacana com a Clarissa, do Rio. Não me espalhei muito porque, na época, eu estava compromissada.

Cada albergue tem suas peculiaridades. Segue algumas fotos que tirei dos que conheci e as observações e curiosidades. Acho que vale a pena experimentar.

Olinda

O mais legal dos 3. Tem quartos disponíveis para 4 pessoas, que podem ser homens e mulheres misturados (dá pra jogar + 1 colchão no chão), para casal e, se estiver sem companhia, pode ir só e ficar num quarto coletivo de 8 pessoas. Neste caso, é separado em meninos e meninas e tem um armário com chave para cada um. Cada porta leva o nome de um bloco do carnaval. O nosso era “Segura a Coisa”. Ui!

Os quartos não tem nenhum luxo, mas são arejados, limpos, relativamente grandes e banheiro com duchinha!

A cozinha comunitária é bem pobrinha, equipada com pia sem armário, fogão perrengue, talheres e pratos (sujou, limpou) e geladeira mais pra lá do que pra cá. Mas foi lá que matei minha fome uns 2 dias.

Tem 2 áreas de refeições. Uma dentro da “casa”, onde fica a mesa de café e algumas mesas e cadeiras, e do lado de fora, com 2 grandes mesas de madeira, redes disputadas e uma visão da entrada da Pousada e da área da piscina.

Durante o carnaval, os “tios” faziam churrasco todos os dias e serviam com arroz e feijão de corda. O prato custava 7 dinheiros. E olha, eu comia feito um estivador quando chegava da rua, lá pelas 7, 8 da noite.

Em 6 dias de hospedagem, cada um pagou por volta de 500 dinheiros. Ficamos em 5 pessoas, mas antes de acertamos no Albergue, ainda tentamos achar algo em torno de 2.500 realidades. Nada além de uns banquinhos na praça.

Ponto negativo: a internet não estava funcionando e tive que encarar uma mega-fila na lan house para me comunicar com o ex.

Curiosidades: Tinha uma boa espécie masculina desfilando por lá, entre eles 4 franceses e 1 australiano. Este último, por sinal, estava na piscina quando Flávia e Clarissa comentavam sobre a belezura do gato. Depois de tecerem altos elogios, ele falou algo em português fluente. Elas não sabiam onde enfiar a cara.

Porto de Galinhas

Assim como Olinda, o albergue de Porto oferece quartos de casal, para 4 pessoas (misto) e para 8 pessoas (meninos e meninas). Esse último também com armários com chave. Fizemos pouca amizade nesse. Só conversamos um pouco com uma turma de casais cariocas no café da manhã. E no último dia.

O quarto era um luxo! Tinha ar, ventilador, frigobar e um banheiro razoável. Mas como acabei acostumando com a estrutura horizontal e aberta de Olinda, estranhei os apartamentos e a área mínima para tomar o café da manhã, que não era lá essas coisas.

Achei a localização meio escondida também. Quando eu, Flávia e Karine voltamos desacompanhadas da festa que fomos na sexta, confesso que deu medo. Ficamos um tempão sentadinhas na calçada esperando alguém que fosse para o mesmo lado. Não é que um dos casais cariocas que estavam no albergue resolveu voltar naquela mesma hora. Graças a Deus!

Ponto negativérrimo: o gosto e o cheiro da água. Gente, o que era aquilo? Logo que chegamos, eu tinha que escovar os dentes com água mineral, ou era capaz de vomitar. No outro dia, isso melhorou muito e eu comentei a respeito com uma dona de padaria. Ela falou que o albergue deve usar água de poço. Se eu soubesse, teria deixado as torneiras abertas desde a chegada para o poço secar. Era um nojo. Não oferece acesso à internet também. Nos dias de hoje, isso é imperdoável. E eu sem comunicação com Vix.

A diária custou 40 dinheiros para cada um. Ficamos os 5 no mesmo quarto, que era menor do que o albergue anterior.

Recife

Infelizmente tivemos que voltar antes para Recife por conta do dilúvio que caiu em Porto de Galinhas. O albergue de lá é mais ou menos. Eles oferecem quartos de casal, para 4 pessoas (meninos e meninas) e quartos para 8 pessoas, também dividido. Resultado: eu e as 2 amigas tivemos que nos enfiar nesse quarto coletivo e acabei não usando o armário com chave. Explico: a anta aqui esqueceu que teria dias de cigana e levou uma mala gigantesca, com dezenas de roupas que não usou. Ainda bem que por uma noite e o quarto só abrigava, além de nós, mais 2 pessoas.

Por falar em quarto, eu detestei o nosso. Não sei o que faz mais barulho: o colchão ou o estrado. Fora que morri de medo da Flávia, que dormia no andar de cima do beliche, despencar sobre mim de tanto que a estrutura era frágil. Os banheiros são até limpinhos e também tem duchas. Mas por pouco eu não acordei em outro lugar carregada pelos mosquitos. Ainda bem que no meio das muitas inutilidades que levei na malinha rosa, eu coloquei um repelente.

A cozinha até que é boazinha, com fogão, geladeira, tudo certinho. A área da piscina é grande e você pode escolher entre tomar café num “coreto”, ou numa mesona de madeira. Ao lado disso tudo, fica uns sofás e a TV.

A dona do albergue é superantipática e o carinha que trabalha na portaria, cheio de má vontade. Difícil, viu? A parte boa é que oferece acesso a internet, desde que você pague.

Mas para ficar poucos dias, não dói, não. Até porque durante uma viagem, a gente passa menos tempo num hotel do que na rua. A diária também custou 40 dinheiros.

Quem tiver boas dicas e quiser contribuir com o post, fique à vontade. É sempre bom conhecer um pouco o lugar sob o ponto de vista de quem já esteve lá.

Ps. O número de fotos que eu tiro é proporcional a se estou gostando, ou não, da viagem. Quanto mais me agrada, mais meus dedinhos ficam nervosos na máquina. Compare os “rézistros” dos albergues.

Garota TPM

A TPM me derruba mais do que um corte de cabelo mal feito. Ai, queria tanto um bom colo hoje.

Exterminador do Futuro 4



Diversão de 1ª categoria. Que delícia fechar meu final de semana com um filme que cumpriu o que me prometeu. Mas apesar de ter perdido meu fôlego junto com os personagens em vários momentos, foi a “presença” do astro da saga que mais me emocionou. Ai Shw, que saudades de você e o seu “Hasta la vista, baby”. Tinha nada que virar governador?

Reverb – Show de amigos

Eu sempre adorei rock. E passei a gostar ainda mais depois que comecei a trabalhar aqui na agência. O motivo é a Reverb, a banda dos meus chefitos. Não perco um show. Fico lá na frente, tietando, dançando, tirando fotos, gritando Nãoooooooooooooooooo, quando Turra começa a cantar “Please die Ana”, e cantando no meu inglês errado.

Eles começaram há um tempo atrás, pararam, e agora voltaram com força total. Sábado fizeram um showzaço e 5ª feira farão outro no Rock da Tarde, no Festival de Alegre. Neste eu não poderei ir, infelizmente. Abaixo, um pouco do trabalho deles.


Radiohead – Incubus – Pearl Jam – STP – U2 – Silverchair – Radiohead – Jet – Foo Fighters – Blur – Green Day – Bush – Sex Pistols – Metallica – The Strokes

PLUSH



Ps. Esses shows que estão postados aconteceram em lugares diferentes. O de sábado ainda não está disponível.

MACHINEHEAD

SOS Pé na Bunda


Pode reparar na sua caixa de e-mail. É só o cotovelo começar a doer para ela ficar entupida de mensagens auto-ajuda. Todo amigo que lê algo ligado a relacionamentos lembra de você. Relacionamentos fracassados, claro. E geralmente eles, os textos, formam 3 grupos diferentes.

1) Mulher Maravilha
“Incrível, linda, absoluta, inteligente, divertida.” Os textos falam o quanto você é maravilhosa, que ele não te merece, que nem a bocuda da Jolie chega ao seu joanete. Esses e-mails exaltam (e inventam) tão incrivelmente as suas qualidades, que até a sua mãe desconfia. O problema é que o pé na bunda ainda é recente e fica difícil de acreditar nesse monte de confetes com os olhos inchados de chorar e escondidos em olheiras profundas. Pior, ainda vem o pensamento: “se eu fosse tão perfeita assim, ele ainda estaria comiiiiigo”. E mais um lencinho, por favor. Se quiser mandar um e-mail assim para sua amiga descartada, deixe passar um tempinho até ela sentir-se pronta a encontrar um ou outro predicado confiável da lista. Aí, sim, pode fazer efeito e servir de incentivo para que ela voltar a ser o que é de verdade: incrível, linda, absoluta, inteligente, divertida e alegre, acima de tudo.

2) Cachorro, safado, sem-vergonha
“Galinha, coração de pedra, moleque, todos iguais.” Mesmo com uma ponta de graça, os textos são tão carregados de rancor que devem ter sido escritos por alguma noiva deixada no altar. Essas mensagens também primam pelo exagero e se você encontrar mais de 5 exemplos que caracterizem o ex, a culpa não é dele. É sua, que desperdiçou tempo ao lado de tamanha aberração. Ou então, ele coou café na sua calcinha, arregala esse olho. E outra dica: guarde esses e-mails para mais tarde. Eles serão mais divertidos e terão maior utilidade quando sua amiga já estiver a meio caminho de voltar à ativa. É aquele período onde ela está mais propensa a procurar os defeitos, mesmo que não existam, para se sentir melhor. Caso contrário, ela pode pensar: “ele não era assim. Ele era especial. Ele só estava confuuuuuso”. Pronto. Um copo de água, rápido. Ela pode desidratar de tanto chorar novamente.

3) O X da questão
“Não esteja sempre disponível; Não force a solução do problema, criando assim, novos problemas; Se você sente que ele está te enrolando, provavelmente está mesmo; Estar numa relação é igual a andar de bicicleta. Se parar de pedalar, ela despenca.” Esses conselhos disfarçados de mensagens são mais velhos do que o vento sul. Acredito que Eva tenha sido a precursora. E Eva, vamos combinar, mandava no pedaço. Tudo bem que Adão era meio tanga frouxa, mas Eva devia saber das coisas. Mesmo tendo cara de psicologia barata, essas mensagens servem como puxão de orelha, já que muitas vezes as recomendações dos amigos entram por um ouvido e saem pelo outro. Quantas vezes foram ditas “você está viciada em relações complicadas”. Esse tipo de texto pode ser enviado logo após o pé na bunda, como um tratamento de choque. E antes de mandar, você ainda pode grifar itens como “Não seja a única a fazer tudo, compromisso é uma via de mão dupla. Pare de tentar se modificar para uma relação que não tem que acontecer. Se um homem quer você, nada pode mantê-lo longe.” E completar em letras garrafais: EU TE AVISEI, EU TE AVISEI!

4ª Feira é dia de rezar no Convento

É bom ter mais a agradecer do que a pedir. Até a próxima quarta, e a próxima, e a próxima, e a próxima...

Ps. Paula, lembrei de você lá nas minhas orações. Fica com Deus.

Voo 447

Pior do que ficar sem notícias logo após os rumores do acidente, é chegar a certeza de que não restam mais esperanças.

Às Favas com os Escrúpulos

Eu amo teatro e não poderia perder uma peça do Juca de Oliveira, direção de Jô Soares e estrelada por Bibi Ferreira e Paulo Gracindo Jr. Às Favas é uma deliciosa crítica à política no Brasil e mostra que os homens eleitos pelo povo podem ser capazes de tudo para manter as aparências. Lá pela metade da peça, a história ganha um tom mais policial, mas sem deixar de lado o humor de fina ironia. Muito bom.

No final, a produção fez uma homenagem a Bibi, que estava fazendo aniversário naquele mesmo dia. Só não foi melhor porque não ganhei um pedaço de bolo, que estava com uma cara ótima.

O Menino do Pijama Listrado




Este filme estava passando em SP quando estive lá em dezembro e fiquei louca para assistir. Acabei não vendo e só agora veio para a província. Antes tarde, né? Pior foi não ter tido companhia para ver esta obra prima. O único amigo que se interessou acabou indo antes de mim. Bem, sábado pude conferir uma nova visão sobre um antigo e monstruoso assunto, que é o nazismo. O filme é maravilhoso, sensível. Imperdível.