Inquilinos silenciosos

6ª feira, encontrei Janete e D. Fulana, que moram aqui na minha rua. A D. Fulana colocou a casa dela para alugar há meses e ainda não conseguiu arrumar um inquilino. Ela falava sobre isso quando Janete chegou.

D. Fulana: É... tá cada dia mais difícil... nem sei o que fazer...
Eu: Calma, é difícil mesmo.
Janete: Pois é, já é complicado e você dificulta ainda mais!!!
Eu: Por quê?
D. Fulana (emburrada): Porque eu e meu velho somos de idade e moramos na casa de cima, né? Não queremos muito barulho, então, não quero saber de churrasco, festa, nem de criança.
Janete: E a outra imposição?
D. Fulana (vermelha): E se for casal, só pode se for casado no papel. No papel! Dá licença que tenho que ir – saindo apressada.
Janete (sussurando): E, pelo jeito, se trepar não pode gemer.

Caímos na gargalhada. Cada uma que me aparece.

Cartão postal

Hoje o dia estava perfeito. O céu azul adornado por poucas nuvens e um mar tão incrivelmente lindo, que saquei minha câmera e tirei uma foto. Mas só uma, a que me fez ver a paisagem se transformar em cartão postal. Quando voltei à agência, perguntei se tinham reparado na cor e na tranquilidade do mar, mas todos acharam que estava tudo na mesma. Será que eles não conseguiram enxergar, ou será que eu estou vendo tudo mais colorido e vibrante esses últimos dias? Ahhh... em alguns momentos vida é tão mais bela.

* caminho da agência para casa.

Show da Madonna - Charge



Acabei de ver esse vídeo enviado pela Rê e adorei. Só não gostei do fundo de verdade. Ó céus, será que eu conseguirei ir?

Políticos Despertadores

Eu detesto esta época do ano. Candidatos sorridentes, horário político na TV, bandeiradas nas ruas, comícios, mentiras, panfletos enfiados pelas janelas dos carros e as MALDITAS TOPICS que estão me acordando às 8 horas da madrugada no final de semana. Isso é hora de zanzar pra lá e pra cá com jingles do tipo “Nem todo político é honesto, mas JosuÉÉÉÉÉ”? E logo no finde, quando eu gosto de dormir tarde e de acordar mais tarde ainda. Se conseguem perturbar agora, imagine depois. Nesses, eu já sei que não vou votar.

Nossos atletas nas Olimpíadas

Eu fico para morrer com a nossa mídia cobrindo as Olimpíadas de Pequim. O Brasil até agora só ganhou 1 ouro e 5 bronzes e os repórteres parecem achar tudo lindo e maravilhoso. Claro que os atletas que conseguiram suas medalhas merecem mais do que parabéns. São os melhores e, pelas entrevistas que vi, não contaram com grandes incentivos por parte do governo. Eu acho irreal um país grande e diversificado como o nosso ter tão poucos vencedores num evento que reúne a elite do esporte mundial.

Enquanto nos EUA e na própria China, o esporte tem um lugar de destaque na educação dos seus jovens, o Brasil os larga ao Deus dará. O primeiro adversário que os atletas pobres têm que enfrentar é a falta de recursos para praticar a modalidade sonhada. Esse é o concorrente mais implacável que pode existir, principalmente no começo dos treinamentos. Quantos corredores já desabafaram que tiveram que correr descalços atrás de patrocínios para conseguir calçar um tênis descente? Quantos outros vão e voltam a pé da academia porque não têm grana da passagem? Há ainda os que saem do país porque o nosso Gigante Pela Própria Natureza não tem um berço esplendido que oferece um treinamento de campeão. Porque não basta ser bom de muque para virar um boxeador consagrado. Tem que treinar. Tem que se dedicar. Tem que ter uma dieta balanceada. Tem que ter paz para viver do esporte com dignidade.

E os atletas que foram e só conseguiram ganhar tapinhas nas costas? Alguns eu respeito e sou muito solidária aos que demonstraram toda a sua frustração por não corresponderem às expectativas da nação, e as próprias, obviamente. Eu quase caí da poltrona quando o Diego Hypólito se desequilibrou no ÚLTIMO salto. Ele, o Tiago Camilo, o João Derli e outros, que não lembro os nomes, me deixaram comovida com suas lágrimas por não conseguirem a premiação que tanto correram atrás. Confesso que chorei junto com todos eles e não acho que tenha faltado competência ou que amarelaram. São humanos e, portanto, suscetíveis a erros.

Mas e o discurso da Joana Maranhão, a nadadora que ficou numa das últimas posições e estava toda feliz e saltitante?

"Tem campeão olímpico que não está tão feliz como estou hoje. Precisava mostrar para mim mesma que era capaz de fazer novamente um tempo tão bom quanto esse", (ela conseguiu igualar um tempo anterior. O problema é que existem muitas outras com marcas superiores. E sim, eu sei dos problemas enfrentados pela Joana, mas não alivio esse comentário ridículo).

É, com certeza o Phelps não deve estar mais contente do que ela. Que absurdo esse comentário. Se a nadadora não consegue acompanhar as feras do esporte, paciência, mas dizer que está felicíssima por ter chegado até ali é ser muito medíocre. Até ali aonde? Em Pequim? Ela foi a passeio? Ahhh, pelo amor de Deus. É se contentar com nada. A Daiane dos Santos é outra que tem talento de sobra, mas sentimento de menos quando perde. “É, não deu, né? Fazer o que? O negócio é continuar treinando e blá, blá, blá”. Ou melhor: foda-se. Esse comportamento é típico de muitos brasileiros que pregam que o importante é competir. Porcaria nenhuma. Tudo bem que não quero ninguém cortando os pulsos porque fracassou, mas daí se conformar tão facilmente, não dá. O importante é entrar para ganhar com garra e alegriae, só focado nisso – e apoio técnico e psicológico – vamos formar atletas vencedores.

***

Claro que a educação vem em 1º lugar, mas eu acho que o esporte e a cultura são os meios mais eficientes para atrair e colocar nossas crianças, adolescentes e jovens no caminho certo, além de descobrir talentos. Por que o projeto em abrir as escolas todos os finais de semana para atividades envolvendo competições, teatro, intercâmbio, leitura e outros eventos que afastam os jovens da rua e da bandidagem não vira logo lei? Acho que a saída é o governo, as igrejas, as empresas privadas e as famílias juntarem forças para uma iniciativa assim sair do papel.

Nadia Comaneci



Já que estou falando sobre olimpíadas, não poderia deixar de dividir este vídeo sobre a única ginasta nota 10 da história. Muita gente fala que se fosse hoje em dia, ela não ia conseguir porque o grau de exigencia aumentou muito. Mas o que importa de verdade é que ela marcou a história dos jogos olímpicos e isso, juíz algum vai tirar dela. Aplausos.

Presente que é um poema

Acabei de ganhar um presentinho de aniversário muito fofo de um cara incrível. Um amigo meio desnaturado, mas que tem todo o meu coração e admiração. Obrigada, L.

"A gente olha os olhos dela
E não se espanta com aquele espanto
De olhos vivos de vida.

A gente a abraça e sente
Um calor de cobertor quentinho.
E uma vontade que dá
De ficar ali pra sempre,
Num abraço infinito.

A gente ri porque o sorriso
É parte dela, é o vírus dela
Que contagia a gente.

Pra ela,
A gente conta tudinho
E fica leve das coisas ruins
E satisfeito das boas.

A gente conta porque ouvir
É ciência dela, é remédio dela,
Que faz bem pra gente.

E quando ela escreve?
É uma conversa com a gente,
É em casa que a gente se sente.

Pererê, parará,
É bate papo, não é chato,
Parece que é só pra gente,
Mas é pra todo o mundo.

Ela é a Anna
É a Anna Querida.
É muito bom ser amigo
Da Annokas Christina."

E vai rolar a festa

Comemorar aniversário entre pessoas queridas é uma delícia. Ainda mais se tiver um show especial da banda formada por amigos que tocaram especialmente para essa comemoração, a re.verb. Mas eu não fui a única a soprar velinhas. A Paula e o Berger (que não soprou, literalmente) também eram aniversariantes e fizemos a maior festança no Teachers Pub. Infelizmente algumas pessoas não puderam ir. E as que compareceram, muito obrigada pela presença e pelo carinho. Foi tudo!

Anna’versariante do dia

É hoje! É hoje! Adoro fazer aniversário. AMO! É bom ganhar parabéns e chamegos de pessoas queridas. Hoje vou fazer um programinha light com minha família. Já amanhã... ah, amanhã... ;o)

O convitinho foi feito pelo meu amigo e chefe, Alexandre. Os amigos gostaram e eu também.

Convites

É tão gostoso preparar convites para comemorações. Criei este, com arte do meu grande amigo Thiago, para meu aniversário de 31 anos. A festança foi ótEma.
Ps. Mas não me chame de Anninha, please.

Um pouco do meu trabalho

Acabei de fazer uma limpeza nos meus arquivos antigos e encontrei um texto gostoso que fiz para o catálogo de um ex-cliente, Cobra D’Água, que é uma marca de susfwear vendida em todo o país. O MKT tinha definido que não queria nada focado na estação outono-inverno. Queria algo atemporal para o conceito da sua coleção, que era o rock, nome que nós, capixabas, usamos para dizer que vamos para a balada. Daí a criação concebeu o Estação Brasil, dividido em 5 linhas e os textos viajando entre as roupas, página por página, o que explica o porquê de alguns serem mais curtos do que os outros.

Linha Masculina D’dágua
Comigo não tem tempo ruim. Não tem tempo frio nem quente que me desanime de botar o pé na estrada e sair para o rock o ano todo. Minha onda é mergulhar nas praias, no rio 40º, no rio que parece mar, dropar de costa norte a sul, mas sem dar as costas para o resto do país. O meu rock tem o clima do Brasil.

Linha Masculina Street
O meu rock é a energia do frevo, o eletrônico, o forró arretado, a micareta. É a mistura do tutu, moqueca, tucupi e vatapá. Mistura de climas, de terras, de festas. Da serra ao mar, do serrado à chapada, rockear é o verbo, sem destino é o mais correto. Para levantar o astral, mochila nas costas e montanha acima. Altos esquemas e um cobertor de orelha para me esquentar. A temperatura vai subir.

Linha Feminina D’água
Para quebrar o gelo, troco o cobertor pelos Lençóis, mas sempre com aquele friozinho na espinha. Desço de rafting pelo velho Chico, conto as estrelas do céu e pego as do mar, relaxo no engarrafamento de jangadas, faço ski bunda em dunas brancas e danço a chuva das 2 horas antes do pôr-do-sol no Chuí. Estou aqui e ali, sou um e plural.

Linha Feminina Street
Peito aberto, lenha na fogueira e mando brasa na festa de São João, da Uva, do Vinho, da Cerveja. Rodo pelos Rodeios. Adoro ver a briga vermelho-azul dos bois, a briga do rio com o mar e ver a vida cor-de-rosa dos botos.

Linha Juvenil
Pé-de-moleque é bom, desde que ninguém pegue no meu. Rockear no shopping, no papo-furado, na hora do recreio e no shape irado do skate. Torço para dar sol, para o Guga ganhar e para o beach soccer bater um bolão. De tanto gostar do rock, fiquei cobra no assunto. Quem fica parado cria teia de aranha. O negócio é sair, agitar e marcar presença pelos lugares que passar.