Reveillon

Escrevi, reescrevi e decidi que não quero filosofar em cima dessa época. Na verdade recebi um torpedo da minha amiga Gabriela que já está em Arraial D’Ajuda e não consegui pensar em mais nada pra colocar aqui. Foi uma mensagem longa e significativa. Tô até pensando em ir antes do dia.
Se eu não voltar a escrever até domingo, já deixo aqui o meu Feliz Ano Novo a vocês. Que tudo se realize... no ano que vai nascer... muito dinheiro no bolso... saúde pra dar e vender! :o)

Festas de Fim de Ano

O Natal tem que ser perto da família. E o reveillon, o mais longe dela.

Natal

Estou atrasadíssima para falar do Natal, mas como ainda não troquei o calendário que fica aqui em cima do meu computador, ainda dá tempo de falar umas coisitas. Eu gosto muito da festa, apesar de ficar um tanto melancólica. Sempre lembro da época em que ia todo mundo lá pra casa, fazíamos o Amigo X e meu avô sempre me tirava. Minhas primas ficavam loucas quando viam o presente enorme que ele segurava. Sempre achavam que podia ser uma delas. Mas a gente fazia a maior trapaça. Sem dó, nem piedade. E eu tinha a cara de pau de fazer um ar de surpresa. Todos gritavam: “marmelada!!!”
Meu avô não gostava de sair de casa, mas amava reunir a família. Sempre pedia a vovó para comprar mimos para todos. Armávamos uma grande árvore e era uma farra procurar nossos nomes nos embrulhos. Eu acreditei em Papai Noel de verdade até os 7 anos. E por conveniência até os 10. Depois não funcionou mais. Mas o clima de fantasia era muito bom e hoje em dia acho o máximo ver o brilho nos pequeninos esperando a chegada do Bom Velhinho. Amo ver a cidade toda iluminada. Quer dizer, as cidades que vejo pela TV, porque a decoração da minha não inspira ninguém. Um dia ainda passo as festas de final de ano em NY. Tenho certeza de que aquele monte de luzes coloridas vai acender o meu lado garota e vou pendurar uma meia na lareira. Quem sabe, né?
(na verdade tinha um monte de outras coisas pra escrever, mas ando sem tempo).

Conversa no ônibus

Infelizmente tenho andando muito de ônibus de uns tempos pra cá. Mas esta semana ouvi uma conversa entre o companheiro motorista e uma senhora de uns 70 anos, que me distraiu durante todo o percurso e nem vi os pontos passarem.

Senhora: Aonde já se viu? Um apartamento de 5 milhões.
Motô: É um triplex. São 3 andares, tudo com muita segurança, mas é muito dinheiro.
Senhora: Eu nem sei quantos zeros tem isso.
Motô: Nem se eu tivesse esse dinheirão todo, eu gastava assim. É um absurdo.
Senhora: E você pensa que esse povo é feliz? Duvido.
Motô: Também acho. Aposto que vivem infelizes. Não podem andar sem segurança. É tudo fechado.
Senhora: Também acho que Silvio Santos não é feliz.
Motô: O Gugu também não deve ser feliz ganhando tanto. Nem pode sair pra rua.
Senhora: Aposto que nós somos muito mais felizes do que eles. Eles nem devem conhecer os vizinhos.
Motô: Pois é. Minha mulher vive trocando receitas com as vizinhas. Emprestam açúcar quando necessário.
Senhora: Eu também vivo pegando coisas com a Dona Fulana do andar de cima. E ela nunca me negou.
Motô: E os ricos vivem seqüestrados também.
Senhora: É mesmo, né? É um tal de seqüestrar gente rica.
Motô: Eu acho que ser rico só tem desvantagem.

Aí chegou meu ponto e eu desci. Eu gosto de gente otimista, que só vê o lado bom das coisas.

Vídeo de estudante vira comercial

Nick Haley criou um comercial caseiro para o iPod Touch, da Apple usando a música “Music is My Hot, Hot Sex, da banda brasileira Cansei de ser Sexy. Nick disse que se inspirou em um verso que diz “my musics is where i’d you to touch”. O vídeo foi colocado no youtube e teve milhares de acesso e comentários entusiasmados. Da internet para a TV foi um click e Nick foi convidado a trabalhar no projeto junto com os criativos da TBWA/Chiat/Day e o novo filminho estreou nos EUA, Europa e Japão. Nick foi pago como um profissional de publicidade, mas ninguém revelou o valor. A Apple também vai financiar seus estudos na universidade de Leeds, na Inglaterra.

Versão "profissional"

Vamos quebrar tudo!

Personagens de ficção são bem interessantes. Quando ficam nervosos, eles destroem tudo o que encontram pela frente. Derrubam luminárias, arremessam jarras, rasgam roupas, quebram copos, depenam travesseiros, é uma coisa. Eu sempre achei esses ataques engraçadíssimos. Até a ala pobre acaba com tudo na hora da raiva. E olha que eles nem têm empregados para limpar e nem grana pra repor os pertences. São pessoas desapegadas, né? Imagine se na vida real a gente pudesse pirar o cabeção? Eu já tinha mandado pro saco um monte de bugigangas que minha avó insiste em exibir pela casa. Um briga com o namorado? As 3 mesinhas de vidro da sala iam virar zilhões de caquinhos. O cliente não aprovou nenhum dos 270 textos que fiz? As vaquinhas que povoam a cozinha iam ganhar asas e voar pela janela. Perdi a promoção de passagens aéreas? Os relógios de parede não iam ter mais um minuto de vida. Meu salário não chegou ao final do mês? Nem Hulk conseguiria rasgar tantos paninhos de crochê que “enfeitam” móveis. O Lula ganhou pra presidente? Transformaria os pratinhos da parede em alvos para os bibelôs de porcelana. Mamãe saiu no carro sem avisar? Ia botar os copos de requeijão na conta do Papa. Masssssss... como não posso nem chegar perto dos pratos duralex mais velhos do que o vento sul, só me resta continuar atirando no chão minhas canetas, quando param de escrever. É só o que me resta da liberdade de expressão.

Como ficar bêbada com poucos ml de álcool

Atenção: essa história é baseada em fatos reais.

Fui visitar uma amiga na casa de praia da família e ela me contou que no dia anterior, ao dar um mergulho, tinha entrado água em seu ouvido. Como tem o tímpano perfurado, acaba tendo dores de cabeça quando isso acontece. Aí, usou uma técnica milenar da família Baiocco, que eu acho estranhíssima. Ela colocou álcool na tampa da vasilha e jogou no ouvido. A mãe diz que a água evapora mais rápido. Depois de algum tempo, ela começou a se sentir mal. Ficou tonta, lerda, falando enrolado, como se estivesse de porre. O primeiro pensamento “a pressão despencou”. Chamaram o cunhado, que é médico. Depois de saber da história, ele deu o parecer:
- Sabrina, você está bêbada!
- Heinnn?
A explicação foi a seguinte: quando a gente bebe, o álcool vai pra corrente sanguínea e só depois chega, diluído, ao labirinto, que fica no ouvido. Como ela tem o tímpano perfurado, o álcool foi direto pra lá, sem escalas. E ela ficou muitcho loca.
Eu achei uma alternativa interessante para quem tem um rombo no tímpano, vontade de ficar alegrinho, mas está sem grana no bolso.

RE.VERB – O show

Quinta-feira passada foi o 3º show da banda dos meus amigos, Reverb. Foi no Teacher's Pub e conseguiu ser ainda melhor que o primeiro. Eu fiquei muito orgulhosa pelo desempenho de cada um. Bem, eu confesso que não entendo muito das partes técnicas: se alguém desafinou nesse ou naquele instrumento ou se entrou antes ou depois, essas coisas. Pra mim, o que vale é o carisma e o que uma apresentação desperta em mim. E posso dizer que me senti orgulhosa de falar pra todo mundo que aqueles eram meus amigos. Os caras com quem eu trabalho. Que eles são talentosos, esforçados e que, acima de tudo, estão começando de maneira digna e despretensiosa, com um repertório de personalidade e empolgante. Parabéns meninos. Vocês são TUDO!!!

Vocal: Alexandre
Guitarra: Tony e Patrick
Baixo: Sergio
Bateria: Tito
Convidado (vocal): Max

Fake Plastic Trees by {re.verb}

...e a verdade vos libertará.

Às vezes, saber que ele está “preso” em um relacionamento sério pode ser libertador para você. Não é o mais agradável, mas já é um caminho.

Burning Man

Burning Man



Quem nunca ouviu falar no Burning Man tem que ler a reportagem que coloco a seguir e ver os vídeos. Fiquei fascinada com a proposta do encontro de diversidade, bizarrices, fantasias, liberdade, arte, cultura, imaginação, delírio, loucura, comunicação e tudo o que mais existe nesse planeta. Deve ser uma experiência libertadora e inesquecível. Eu só teria que arrumar um jeito de comer bem, pra não tomar o rumo de um hospital 2 dias depois.

O quê: Evento indefinível (veja box anexo). Acontece anualmente, desde 1986, e dura uma semana, culminando na queima do "homem", uma estátua de madeira de 15 metros de altura.

Onde: Deserto de Black Rock, Nevada, Estados Unidos.

Quando: Entre fins de agosto e começo de setembro.

Porquê: As histórias divergem quanto ao motivo da queima do homem. Seu idealizador e coordenador se chama Larry Harvey.

Quanto: O ingresso varia de 65 a 140 dólares, dependendo da antecedência com que é adquirido.

Como: É preciso levar todos os itens necessários para sua sobrevivência pessoal no meio do deserto. O cupom de entrada diz em letras bem grandes: "Você está assumindo voluntariamente o risco de morte ou danos graves ao comparecer a este evento." Ao partir, é preciso levar absolutamente tudo embora, deixando o local no mesmo estado em que foi encontrado.

Quem: Mais de 20 mil pessoas participaram do Burning Man este ano. http://www.burningman.com/



Nossa correspondente especial, Lenara Verle, conta como foi sua primeira e inesquecível experiência no Burning Man:

De Portland, Oregon, até Black Rock City, Nevada, são nove horas de viagem, ou doze se você estiver dirigindo uma kombi de acampar ano 69. Adicione a isso mais umas doze horas se a kombi quebrar no meio do caminho, como foi o nosso caso. Mas cada uma das horas vale totalmente a pena. Durante o passeio a paisagem vai se transformando de uma floresta de coníferas a uma savana com arbustos aqui e acolá. Passamos por cidades cada vez menores e estradas cada vez mais estreitas, culminando em estrada nenhuma. Black Rock City é na verdade um pedaço de deserto no meio do nada, sem água, eletricidade, e quase nenhuma forma de vida durante 358 dias do ano. O chão não deixa nada a dever ao triângulo das secas, e é carinhosamente chamado de "playa" pelos participantes do evento. Sobre ele é erguida a estrutura de uma verdadeira cidade, com a quinta maior população do estado de Nevada durante os 7 dias de duração do Burning Man - um gigantesco acampamento em forma de lua crescente, com ruas e praças, e a imensa estátua de madeira e neon do "homem" ocupando o espaço central. Após passar o portão de entrada e receber meu "guia de sobrevivência no deserto", segui para o endereço onde meus amigos estariam acampados – 2:15, logo depois de Júpiter. Antes de perguntar "que raio de endereço é esse?", é preciso levar em conta que um dos objetivos do Burning Man é o de quebrar convenções: assim, as ruas radiais a partir do centro são numeradas como horas em um relógio, e os círculos que se espalham levam o nome dos planetas do sistema solar. Logo após a desorientação espacial inicial pensei: como faço agora para marcar o tempo, se as horas já estão sendo usadas para fins de localização? A resposta, óbvia após o primeiro dia é: quem precisa de relógio afinal de contas? Subitamente, um mundo novo se descortina, e coisas imprescindíveis como dinheiro, carro, roupas e banho diário tornam-se totalmente supérfluas. Em compensação, damos mais valor às coisas realmente importantes como água, protetor solar, bastões fluorescentes e um bom papo com pessoas que nunca vimos antes.

O ponto central do festival é a diversidade. É praticamente impossível encontrar uma definição para o evento. Um participante orgulhoso pode chamá-lo de "comunidade experimental temporária", e um repórter deslumbrado de "campo de nudismo misturado com circo de aberrações povoado por malucos e ravers". Cada um tem uma visão diferente, e você pode inventar a sua própria, usando o box abaixo ou a imaginação.
No Burning Man encontram-se mais coisas exóticas e diferentes por centímetro quadrado do que o cérebro humano pode absorver. O resultado é uma overdose dos sentidos, agravada pelas poucas horas de sono que fatalmente se seguem. Como dormir com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo? Cada um dos milhares de acampamentos temáticos merece uma visita de pelo menos um dia. Em um lugar você pode escrever seu pedido ao deus do fogo, em outro fotografar a sua vagina para a posteridade, ou controlar luzes piscantes em um arco na areia, passear de camelo, mandar mensagens para o espaço, dançar até amanhecer, andar de avião pelado, ser psicanalisado, entrar em um concurso de fantasias, dar e/ou receber massagens, tomar sorvete, levar choques elétricos, participar das mais variadas seitas, práticas alternativas, aulas, rituais e festas. Tudo isso sem nenhum tipo de transação monetária. A doação e o escambo imperam na playa, um oásis no meio do país mais consumista do planeta.Após o deslumbramento e ansiedade, vem a vontade de ser um verdadeiro "participante" do evento, e não um mero espectador. De sair em busca de novos amigos e de um lugar aconchegante no meio do sol escaldante e das tempestades de areia ocasionais. Convenientemente, bem no finzinho do lado "quieto" da cidade (menos barulhento seria uma descrição mais apropriada) se esconde a Bianca’s Smut Shack. Uma grande tenda coberta por lençóis coloridos, com dezenas de sofás macios e almofadas, uma pista de dança com DJs se revezando durante as 24 horas do dia e garçons voluntários oferecendo sanduíches de queijo grelhado recém-feitos acompanhados da frase "Bianca te ama".Bianca’s é o que pode se chamar de "lar" no meio do deserto. Seus organizadores, auto-intitulados "trolls", levantam fundos o ano inteiro para poder doar comida, bebida, divertimento e abrigo aos participantes do Burning Man durante uma intensa semana. O clima de doação é tão contagiante que quando vi estava pilotando o fogão no turno da madrugada até o sol nascer, e servindo drinques para os freqüentadores da maneira mais original possível: esguichando suas goelas com uma imensa pistola de água. Ninguém parecia se abalar, e porquê deveriam? A maioria deles vestia máscaras esdrúxulas, ou apenas uma camada de tinta brilhante e nada mais. No Burning Man, o surreal é a norma, não a exceção. Difícil mesmo é se readaptar ao mundo "normal" depois que tudo acaba. Muitos relatam terem suas vidas mudadas por "insights" súbitos no meio da playa deserta. Outros verificam uma felicidade generalizada por meses. Quase todos voltam nos anos seguintes, com mais idéias mirabolantes para acampamentos temáticos e instalações artísticas. Para eles, o Burning Man é sempre uma experiência nova e inesquecível.

O dia-a-dia no deserto
No Burning Man tambem há espaço para aquelas coisas tão triviais do nosso cotidiano:

Para um delicioso almoço, por exemplo, basta tirar da mochila um pacote de "Tasty Bites" - porções de comida tailandesa convenientemente acondicionadas em saquinhos metalizados, que podem ser preparados apenas deixando-os cozinhar por 15 minutos no chão do deserto.

Um café expresso pode ser barganhado em troca de um strip-tease, e você pode acender o cigarro no lança-chamas portátil do vizinho.

Para ir rapidamente de um lugar a outro da cidade, dá pra escolher entre sofás motorizados, riquixás com ou sem abanador acoplado, um bar sobre rodas, ou o gorila que carrega as pessoas nas costas. Até as dez da manhã meninas de topless ganham carona de avião sem pagar nada. Andar de camelo é mais difícil - o camelo tem que ir com a sua cara, ou então nada feito.

Se você sentir falta de algum outro item indispensável do seu cotidiano e não encontrá-lo no Burnign Man, crie seu próprio acampamento temático no ano seguinte e faça felizes outras pessoas com você.


Este site também é muito legal:
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=119

Burning Man 2007

Montagem com fotos.

Kisses from the Playa - Burning Man 2007

Burning Man 2007

Disparidades da nossa justiça – 05/12/2007


LINHARES: 35 pais são presos por não pagar pensão.
Vários pais foram presos em Linhares por não pagar a pensão alimenticia dos filhos. Os pais foram levados para a delegacia da cidade que está superlotada. A polícia está atrás de outros 28. A decisão é da justiça.

BRASÍLIA: Conselho de Ética arquiva duas denúncias contra Renan Calheiros.
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha, determinou hoje o arquivamento da 4ª e da 5ª representações contra o senador Renan Calheiros, que renunciou ontem à Presidência da Casa.

* Alguém poderia ensinar Braile pra justiça, pelo amor de Deus?

Idade

A gente sabe que está ficando velha quando começamos a encontrar muitos cremes indicados pra nossa faixa etária. E pior, ainda queremos usar todos, rezando para que cumpram as promessas das propagandas.

TUNAI - FRISSON (DUO)

Eu adoro essa música. Achei umas versões mais incrementadas, mas acho que em alguns casos a simplicidade tem muito mais a dizer.
Não é uma delícia estar numa fase romântica? :o)

Singing in the Rain

É um pedaço de um filme, mas poderia ser o trecho de uma poesia.

Chuva

Uma das evidências mais fortes que deixamos a infância de lado é perder o gosto de pegar, andar, dançar, cantar na chuva. Aquela chuvinha gostosa que nos acompanhava na volta do colégio, no quintal de casa ou nas brincadeiras com os colegas da rua. Eu adorava levantar bem o rosto, entreabrir os olhos e tentar distinguir as gotinhas que iam cair diretamente sobre mim. Mesmo com a duração de um milésimo de segundo, aquele momento parecia poético, como se estivesse em câmera lenta. Era uma delícia ficar ensopada e nem ligar se a roupa de baixo ia marcar porque a única preocupação era ver de qual blusa ia sair mais água, quando torcida. Estranhamente a água do mar ficava mais quente e, por causa disso, era muito legal quando estava na praia e o sol dividia o céu com uma boa chuva de verão. A gente se molhava duplamente e de uma vez só.
Até uma tempestade que deixava a rua no escuro virava uma festa, quando não ia passar um programa bacana na TV, claro. Era só começar a sucessão de raios e trovões para separar algumas velas e esperar a luz ir embora. A partir daí, entrava em cena a imaginação que transformava as mãos em pássaros, coelhinhos, aranhas, cachorros e outros seres que, graças a Deus, não existem.
A chuva só não era bem-vinda quando ameaçava estragar passeios ao Parque Moscoso ou algum piquenique. Mas isso era fácil de resolver. As crianças envolvidas tinham a missão de desenhar um sol na calçada para o astro rei mandar as nuvens pro espaço. Se o passeio fosse no final de semana e o tempo estava cinzento, a gente desenhava todos os dias, por precaução. Havia também uma coisinha que eu amava fazer na chuva, e já não era mais criança: beijar. Nossa, beijar na chuva é TUDO. Acho que a saliva misturada com a chuva torna os movimentos da boca e língua mais sensuais, sei lá. Só beijando pra sentir. Mas preste atenção: tem que ser na chuva. Água do chuveiro não vale. Acaba de me ocorrer uma idéia. Se o beijo é bom, imagino então como seria um vucu-vucu enquanto São Pedro lava a casa. Ui! Aí, a gente cresce, fica mais racional, ponderado e chato. Diz que uma chuvinha é boa pra abaixar a poeira e, ao mesmo tempo, reza pra não inundar a cidade. Compra uma sombrinha pequena pra levar sempre dentro da bolsa, mesmo com um céu azul, pra não correr o risco de estragar o cabelo ou pegar um resfriado. Pelo menos o gosto pelo beijo encharcado eu ainda não perdi.

Engenheiros do Hawaii - Refrão de Bolero

Para escutar ao pé do ouvido... :o)

Eu que falei:
"Nem pensar"
Agora eu me arrependo
Roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão...

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão
Como refrão de bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser...

Um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar...

Num bar!

Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada
No espelho do banheiro...

Anna, teus lábios são
Labirintos, Anna!
Que atraem os meus
Instintos mais sacanas
O teu olhar sempre distante
Sempre me engana

Eu que falei:
"Nem pensar"
Agora me arrependo
Roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão...

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão
Como refrão de bolero
Eu fui sincero como não se pode ser...

Um erro assim, tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar...

Num bar!

Anna, teus lábios são
Labirintos, Anna!
Eu sigo tua pista
Todo dia da semana
Eu entro sempre
Na tua dança de cigana...

Anna!
Teus lábios são labirintos
Anna!
Que atraem os meus
Instintos mais sacanas
E teu olhar sempre distante
Sempre me engana
Eu sigo tua pista
Todo dia da semana...

Todo dia, todo dia ... da semana

Eu sigo tua pista
Todo dia da semana

Anna!

Gêmeas

Eu acho muito azar da Patrícia, ser irmã gêmea da Gisele Bündchen e ter a cara totalmente diferente.

Roberto Carlos

Retalhos do show



Quem quiser me sacanear, que sacaneie agora ou cante para sempre os sucessos dele comigo. Eu gosto do Roberto Carlos. Pronto, falei. Não sou fã igual a minha mãe, mas adoro as letras, tão poéticas e românticas. Sim. Eu também sou romântica. E é lógico que não ia perder o show de sexta-feira, patrocinado pela Garoto. Principalmente porque eu tenho um primo TUDO de ótimo que trabalha lá, Cicico. Na verdade nem é um primo, é um irmão mesmo. Convivemos desde sempre e ele arrumou 3 convites lá pra casa e fomos todas: eu, mamãe e vovó.
Chegamos cedo, conseguimos umas cadeiras estratégicas em frente ao palco, pegamos uns brindes, tomamos o sorvete que a Fábrica distribuiu para todo mundo. Roberto Carlos estava atrasado, mas nos divertimos com as companheiras da frente e a alegria da arquibancada que não cabia mais ninguém, de tão lotada. Em um momento, a geral começou a gritar: “cadeira, cadeira”. Era para uma senhora bem idosa, praticamente avó da Dercy Gonçalves. A produção agiu rápido e colocou a tiete na área VIP. Ela já foi vizinha do cantor, em Cachoeiro. Legal!
Pouco depois, o Rei deu o ar da graça. Agradeceu à Garoto, disse que era ótimo voltar pra casa e cantou “Quando eu estou aqui”. Depois, veio a minha música preferida: “Como é grande o meu amor por você”. Ele estava perfeito, brincou dizendo que a terapia estava dando certo e voltou a cantar “Negro Gato” e outras que tinha cortado do repertório. Um determinado momento, ele tocou piano e dedicou uma música a Maria Rita. Eu torci o nariz e comentei com mamãe que achava isso meio chato... até ele começar a cantar... a letra era linda e calou a minha boca. 2 horas depois, ele se despedia cantando a oração “Jesus Cristo” com muitas vozes já saudosas.

***
A Rosa
“Vá lá na frente pegar uma rosa”, falaram em coro minha mãe e avó, quando eu já levantava pra ir embora. A cena não era animadora: um bando de mulher histérica se acotovelava lá na frente. Mas pra quem está acostumada a ver show de rock perto do palco e pular em micareta, aquelas fãs eram fichinha, pensei, até começar a andar. Elas me empurraram, pisaram no meu pé. E senhoras, viu? Quando consegui ultrapassar a trincheira, uma rosa veio na minha direção. Nem bem tentei pular quando uma tiete afoita subiu no ar, me deu um trompaço e agarrou a rosa. A seleção de vôlei perdeu uma grande jogadora. Quase fui parar do outro lado do Álvares. Um horror! Mas eu não me fiz de rogada. Sacudi as pétalas que caíram no meu ombro e parti pro outro lado, onde ele estava distribuindo mais flores. Me espremi entre a mulherada histérica e o palco, fiquei na ponta dos pés e estiquei os braços, gritando: Robeeeeeeertoooooooooo, Robeeeeeeeerrrrrrrrtooooooooo” e rezando pra nenhuma câmera registrar o vexame. Aí ele se abaixou um pouco e entregou a rosa na minha mão!!! Foi TUDO!!! Se eu sorrise mais, minha cara partia ao meio. Voltei para os braços da minha avó e mãe toda descabelada e quase faltando um dente, mas com a rosa em punho. As carinhas que elas fizeram acabaram com as dores dos pisões.

Banda Re.verb

Os ensaios começaram na agência. Eu sempre adorei as músicas e os músicos. O único incômodo era o estúdio improvisado bem na sala ao lado. Nem caixa de ovo tinha. Olha o desespero! Depois de muita vela queimada, mudaram de mala, cuia e cavaquinho, ops (é uma banda de rock), mala, cuia e guitarra, pra garagem. Aí sim, ficou muito melhor de curtir o som dos meus meninos. Uma noite, quando quando ensaiavam, alguns vizinhos do prédio ao lado pediram várias músicas. Estavam fazendo o 1º show e nem se deram conta. Agora estão ainda mais chiques, mais profissionais. Deixaram a garagem e aceleraram para um estúdio de verdade. Não é por serem meus amigos, mas eles estão tocando demais e no palco eles crescem horrores. Eu fiquei muito impressionada quando vi a apresentação. E muito orgulhosa também. Marquem aí na agenda esse show. Vai ser O rock!!! E tenho certeza de que vai ser ainda mais TUDO do que o anterior.

Repertório:
YOU (Radiohead) * PAIN LIES RIVERSIDE (Live) * ALL ALONG WATCH… (U2) * LIKE A STONE (Audioslave) * CREEP (Radiohead) * STAY (U2) * FAKE PLASTIC TREES (Radiohead) * BETTER MAN (Pearl Jam) * PLUSH (Stone Temple Pilots) * ENTER SANDMAN (Metalica) * EXIT (U2) * MACHINEHEAD (Bush) * MEGALOMANIAC (Incubus)


Ps. Estou tentando convencê-los a incluir Cherish, da Madonna. Não estou obtendo sucesso. Nem alegando que o Renato Russo já gravou também. Agora deixo esse pedido público.

Niver de Elane - Frase da festa

Ontem foi o aniversário de Elane. Além da ótima comida, bebida e chance de comemorar mais um ano de vida com minha companheira gloss, foi uma festinha que reuniu amigos e me aproximou de alguns outros. A frase da noite que entrou pra história foi da Rúbia: “Velho só vinho e whisky.” Ela parece saber das coisas.

Piadinha pra começar a semana

Durante a visita a um hospital psiquiátrico um dos visitantes perguntou ao diretor:
- Qual é o critério pelo qual vocês decidem quem precisa ser hospitalizado aqui?

Respondeu o diretor:
- Nós enchemos uma banheira com água e oferecemos ao doente uma colher , um copo e um balde e pedimos que a esvazie. De acordo com a forma que ele decida realizar a missão, nós decidimos se o hospitalizamos ou não.

- Entendi - disse o visitante. - uma pessoa normal usaria o balde , que é maior que o copo e a colher.

- Não - respondeu o diretor - uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que o senhor prefere? Quarto particular ou enfermaria ?"

Isso não é do meu tempo

Eu já ouvi isso algumas vezes de amigos mais jovens quando falava sobre algum livro, artista, filme, peça de teatro, seriado antigos. Ou mesmo algum fato histórico. Aí, ao invés do maldito inculto ficar calado e tentar aprender alguma coisa, não. Ele solta um “ihhhhhh... isso não é do meu tempo” e ri alto, cheio de deboche. Eu respondo na hora sem dó, nem piedade: “nem do seu tempo, nem da sua cultura, né?”.

Troco um gato por uma vaca

Pior de tudo é que nada será feito. É nessa hora que nós, os consumidores, podemos dar o troco. Não comprando mais leite e falindo a empresa desses safados. É o que estamos fazendo aqui em casa. Agora só entra leite em pó. Espero que nenhum espertinho resolva adulterá-lo também, adicionando giz à mistura. É melhor nem dar a idéia. Acho que vou trocar o Kiko por uma vaca.

Este feriado deixou de ser Vital


Algum capixaba reparou como o dia está lindo? Céu aberto, azul, ventinho gostoso, sem cara que vai chover? É CLARO que está assim. Afinal, este ano não vamos ter o Vital na cidade. Para quem não sabe, Vital é nosso carnaval fora de época que atrai turistas de todo o país. E quase todo ano chove. Parece até finados. Em 2006, a essa hora, eu tava na agência fungando horrores por conta de um resfriado feio e também muito agitada, cantarolando as músicas do Chiclete com Banana. Minha tia sempre vinha pra cortar meus abadás. Eu, Elane e Gabriela, minha companheira inseparável de micareta, estávamos arrumando garrafinhas pra levar o Jonninho. E tinha mais: reza. Muitas orações para que parasse de chover. Chovia horrores. Pensei até que Noé fosse oferecer a barca pro Bel se apresentar. Pior que o novo lugar da festa era uma porcaria. Além de menor, era fechado, acumulava água em diversos pontos, tinha lama na entrada e tinha ainda minha gripe. Quando chegamos, eu não parava de espirrar e tossir. A garganta pulsava mais do que as saídas de som do trio elétrico. O vento era cortante, fazia um frio do cão e meu corpo só começou a parar de tremer depois de umas 3 músicas e muito Jonninho deslizando garganta abaixo. Mas mesmo com tantas chateações, nos divertimos muito. Muito mesmo. E pasme: no sábado, quando consegui levantar da cama, a gripe tinha ido embora! Sim, sim. Eu tava curada. Acho que o vírus passou tanto perrengue comigo, que resolveu partir de mala, cuia e cavaquinho. À noite foi a mesma coisa. No domingo o tempo melhorou um pouco e eu e Gabi confessamos: “é... ano que vem, a gente volta”. Mas não voltamos porque o Vital acabou. Na verdade, o Vital a que estávamos acostumadas e que pulava há uns 10 anos, já vinha definhado. O Vital perto do mar, com muita pista pela frente. O Vital sem confusões, com segurança para quem estava dentro e fora dos blocos. O Vital com infra-estrutura, coisa que os organizadores deixaram de lado há muito tempo. E assim, o Vital foi minguando... minguando... e foi riscado do calendário de festas do ES. E São Pedro este ano resolveu não lavar a casa. O dia tá lindo de viver. E eu podia estar cortando meus abadás, cantarolando “Diga que valeu” e me preparando para outro Vital Gloss. Saco.

Muitas emoções no salão

Estou lendo O Caçador de Pipas, um livro maravilhoso que muito tem me emocionado. Hoje, enquanto fazia as unhas, entrei num capítulo dramático e aí já viu, né? Lágrimas rolaram. Minutos depois, a manicure tirou um bifão do meu dedão. Eu reclamei e quando ela me olhou, eu estava aos prantos. Ela ficou assustadíssima.

Quem DANÇA seus males espanta

Hoje quero ouvir de tudo. Tudo o que faça meu corpo mexer, vibrar, falar, mesmo que involuntariamente. E ele quer discorrer numa linguagem universal, intergaláctica.

Quem canta seus males espanta

Hoje vou cantar o dia toooooooodooooooooo!!! uhuuuuuuuuuuuuuu

Varejo 1 x 0 Anna

Temos um cliente de varejo que, uma época, não queria mais fazer varejão. Foi a glória, né? Fizemos umas coisinhas bem legaizinhas que deram retorno. Mas aí, a concorrência faz splash, letras berrantes, cores vibrantes e locução mais histérica do que narrador de rodeios e ele resolveu que quer voltar às origens. Eu ainda fiz 2 roteiros, um legal e o outro “ruim”, mas como ele demorou muito a passar os 875487 produtos que ele quer anunciar, nem vai dar tempo de fazer as ilustrações pro VT legal. Eu fiz uma carinha triste e Serginho falou: “Vencida pelo varejo”. E saiu rindo. :o(

Barraco no salão

Há 5 anos corto o cabelo com o Luís. É muito tempo. Mas toda mulher sabe que é mais fácil encontrar uma tesoura num palheiro do que confiar plenamente num cabeleireiro. E eu confio no Luís. Infelizmente, não posso dizer a mesma coisa sobre confiar no horário que vou ser atendida. Porque o infeliz sempre atrasa. Nesses 5 anos, eu nunca consegui ser atendida com menos de meia-hora de atraso. Certa vez, esperei durante 1:30. Eu e outras coleguinhas. Estávamos histéricas, mas não arredamos pé. Eu ia viajar e meu cabelo tinha mais pontas do que uma vassoura. Resultado: virei refém da boa vontade dele. Toda vez que ia lá, eu já chegava tensa. Fiquei 2 vezes sem almoçar, por conta dos grandes atrasos. Até que sexta-feira, ela se indignou. Ela... a TPM. Porque eu não era eu. A TPM se apoderou de mim. Eu tava num dia arretado, faminta, quando cheguei ao salão, 12:20. Tinha marcado com 2 semanas de antecedência pras 12:30.
Atendente (felizinha): Olá... você quer que eu guarde a sua bolsa?
Eu (séria): Não, obrigada. Você pode ver pra mim que horas o Luís vai me atender? Eu tô marcada pras 12:30 e (apertei os olhinhos, ameaçadoramente) tô com pressa.
Ela saiu e voltou (sem-graça): Olha... o Luís vai atrasar um pouquinho...
Eu (irritada): Pouquinho quanto?
Ela (sem-graça): Meia hora.
Eu (irritada): Meia-hora a partir de agora ou do meu horário?
Ela (murchando): Uma hora...
Eu (atacada): Eu quero falar com ele – e já fui entrando onde ele atende. Tinham 4 clientes lá. Ele me olhou surpreso.
Eu (falsa): Oooooi, Luis. Tudo bem?
Ele (mostrando todos os dentes): Oi linda.
Eu (calma): Por que você só vai me atender Uma da tarde?
Ele (tranqüilo): Ah... eu me atrasei um pouquinho hoje...
Eu (irritada): Hoje só não, né, Luís.
A mulherada parou de fofocar e todas me encararam pelo espelho.
Eu (irritada): Você sempre me deixa esperando. Eu já deixei de almoçar 2 vezes por conta dos seus atrasos.
Ele (tenso): Ahhh... que isso... desculpa... vou tentar adiantar aqui. Por que você não desce, almoça e volta uma hora?
Eu (indignada): Porque se eu quisesse cortar meu cabelo uma hora, teria marcado pra uma hora e não pras 12:30.
Ele (nervoso): Calma...
Eu (puta): Calma não, porque eu tenho certeza que você tem noção de quanto tempo demora cada procedimento. É muita falta de consideração com suas clientes.
Ele (mais nervoso): Tá bem... mas isso nunca mais se repetir.
Eu (lavando a alma): Nunca mais mesmo, sabe por que? Porque eu nunca mais volto aqui. Você acabou de perder uma cliente.


Virei as costas e fui embora, jogando meus cabelos piaçava pra trás.
Nem preciso dizer que fui bufando, né? Indignada com tamanho descaso. Aí, quando cheguei no carro, tive um pensamento apavorante: “Ai meu Deus!!! Aonde vou cortar meu cabelo agora???”.

***

No sábado fui a um salão novo, beeeeeeeeem longe da minha casa. Fiz uns trecos lá pra dar brilho e cortei. Se ficou bom? Não sei, porque só posso lavar os cabelos amanhã. E a gente só sabe se ficou legal depois de lavar em casa. Muito medo!

O espirro e o orgasmo são parecidos?

Certa vez li uma entrevista de uma moça que comparava o gozo ao espirro e viajei. Você sabe que ele vem, sente o corpo se retrair, ele a caminho, vindo, aquela puxada de ar seguida da parada da respiração... e uiiiiiiiiiiii! É a hora em que ele irrompe e expulsa até o oxigênio que você nem sabia que tinha guardado no peito, impelido pelo corpo. É uma sensação que, uma vez iniciada, assume vontade própria... não dá pra segurar... você volta a puxar o ar, gemidinhos são aguardados. E depois vem um alívio, uma moleza. Quem me dera se o atchim fosse tão próximo assim do “oh yeah, baby”. É que tô com uma gripe danada. Ao invés do “saúde” poderia ouvir o “foi bom pra você?”.

Esporte para MACHO

Surfe em ondas gingantes. Não tô falando de marolas metidas a bestas, tô falando é daquelas ondas que você nem teria coragem de molhar o mindinho, com a perna esticada. Pra mim, é o esporte que divide os homens dos machos. É a força da natureza em estado bruto, porém domável, mas não pra qualquer um. Porque não basta ser talentoso pra encarar os picos do Havaí, né? Nem ser valente. Nem louco. Nem audacioso. Nenhuma palavrinha bonitinha assim. O cara tem que ser é MACHO pra chuchu.

Vingança

Tudo bem que a vingança é um prato que se come frio. Mas se ela vier pelando, eu nem me importo de queimar a ponta da língua.

Pessoas descartáveis

Algumas pessoas vêm e vão, chegam sem avisar e saem da vida do outro sem a menor dignidade. No mundinho dessas criaturas, corações são feitos de plásticos e fazer papelão é ter consideração sincera. Se desfazem de relacionamentos e companhias como se fossem cascas, depois de devorar o que lhes interessa, mas sem realmente saborear nada. Não possuem um paladar apurado porque o importante é o consumo imediato. E assim vão deixando entulhos por onde passam, desconstruindo momentos que pareciam promissores com seu egoísmo, voracidade e desatenção. Muitas vezes o indivíduo se dá conta de que você não um pratinho de prástico enfeitadinho. Você é uma daquelas louças finas que devem receber atenção redobrada porque são raras. Aí ele volta atrás e tenta colar os cacos com super bonder. É a hora de mostrar que o momento descartável teve alguma valia. Você conseguiu reciclar os sentimentos, seu modo de encarar o outro e reconheceu seu valor. Como é ótimo estar com a auto-estima nas alturas.

Atendimento sofre

Eu detesto quando tenho que atender cliente. Detesto. Detesto ter que explicar porque o layout, o título, a foto, as cores foram feitos assim, e não assado. Às vezes é tão óbvio que nem sei como explicar. Minha vontade é de apontar, arregalar os olhos e boquiaberta perguntar: como assim, você quer alteração? Quando as observações fazem sentido, tudo bem, é o negócio do cara, mas, infelizmente, esse valioso tipo de cliente é tão raro quanto whisky original em boate. Eu já passei alguns apertos. Certa vez, fiz um anúncio pra uma Clínica Veterinária e a especialidade da mulher era Oftalmologia. Nunca tinha ouvido falar disso e olha que tenho um gato que já teve problema no olho, coitado. Depois de um briefing minguado, porque muito cliente acha que informar sobre o negócio tá fazendo o trabalho pra gente, e o prazo mais curto que a verba, conseguimos fazer um anúncio até legalzinho. Era algo assim:
“Seu bichinho te reconhece até pelo faro. Mas já viu como ele gosta de olhar pra você?”. Tinha um pequeno texto falando sobre a importância de procurar um especialista pro melhor amigo e como a clínica era bem preparada. Pra completar, conseguimos uma foto GRÁTIS de um cão muito fofo olhando com atenção pra câmera.
Parecia que tudo ia bem até a Fernanda aparecer na criação. A cliente estava na sala dela querendo mudar tudo. Fui tentar salvar a peça. Cheguei dando um beijo na bochecha da moça, contando do meu gato, o Kiko, da vez que ele quase ficou cego, em como cogitei a trocar o nome pra Ray Charles e só não tinha aparecido na Clínica, porque eu nem sabia que tinha oftalmologista pra gato. Depois de bater um papinho, fomos discutir o anúncio. Resumindo. A mulher queria tirar o textinho que valorizava o serviço e colocar: Amor – Carinho – Dedicação. Eu expliquei o motivo de tudo ali. E a mulher insistindo.
Eu (calma): Olha, Dra. Fulana, eu tenho certeza que essa é a melhor comunicação pra sua Clínica. Mas se você quer tirar tudo e colocar essas 3 palavrinhas, por mim, tudo bem. A Clínica é sua.
Dra. Fulana (insegura): É... você tem certeza, né?
Eu: Sim. Eu tenho.
Fernanda estava muda e vermelha.
Dra. Fulana: Então, tá. Vamos deixar assim. Mas... e o título?
Até então, ela tinha AMADO o título.
Eu (surpresa): O que tem o título?
Dra. Fulana (persistente): Não sei... eu acho que podemos trocar a palavra viu por percebeu.
Eu (surpresa): Mas por que? Fica mais coloquial e faz referência a ver, visão, olho, sua especialidade. – e pensei: se trocar a palavra vai ter que mexer no layout!!!
Dra. Fulana: humm...
Eu: Mas por que você quer mudar?
Dra. Fulana (desorientada): Ahhh... hoje em dia, né? Esse negócio de policamente correto tá na moda...
Eu com cara de interrogação.
Dra. Fulana: ... então, esse negócio de viu, ver... e quem for cego?
Eu, totalmente incrédula soltei: bem... se a pessoa for cega, não vai ler jornal. (dannn)
Ela engasgou, Fernanda quase caiu da cadeira e eu lá, passada com a preocupação da mulher. No fim das contas saiu do jeito que estava. Ela teve um monte de ligação, ganhou uma entrevista sobre a tal especialidade no jornal e ficou feliz da vida. E eu, mais contente ainda por só encarar uma criatura assim, muito de vez em quando.

Um mês depois...

Eu sei que esse negócio de silicone já deu. Mas é o último post sobre o assunto, prometo.
Fiz a primeira revisão com o Dr. Lindão na quinta-feira, 28 dias depois que operei. Muitas coisas mudaram, graças a Deus:
- Meus seios já estão desinchados e estão com um bom aspecto. Bom, nada. Estão é LINDOS!!!
- Não uso mais curativos desde do dia 23. As casquinhas soltaram e a cicatriz está fininha, fininha.
- Continuo sem comer coisas como chocolate e frutos do mar. Melhor prevenir, né?
- Este finde consegui dormir de bruços! Não o tempo todo, mas depois de 30 dias, foi como encontrar o Gianecchinni no lugar dos travesseiros.
- Agora passo uma pomada pra dissolver a cicatriz;
- Tô fazendo umas massagens pra “soltar” os peitos. É que eles parecem presos por conta do silicone. O Dr. Lindão disse que o corpo reveste a prótese por ser algo “estranho” e isso pode tornar o peito duro. Algumas vezes, a paciente tem que voltar à sala de cirurgia pra ele quebrar na marra. Deus me livre! Faço direitinho, do jeito que ele ensinou.
- Não sinto mais um peso danado quando levanto.

- Pelo jeito só poderei pegar sol perto do Natal pra cicatriz não ficar escura.
- Acho que é só.

***

Eu mostro mesmo
Várias pessoas me perguntaram se eu continuo olhando muito pra eles quando estou no espelho. É CLARO QUE SIM! Não tiro os olhos por um minuto sequer. E mais: antes de eu operar vi vários pares de turbinados e pensava se também agiria assim. Se eu mostro? É CLARO QUE SIM! Inclusive pela webcam pras amigAs que moram longe. Gente, eu sofri muito pra não compartilhar o resultado tudo de ótimo. Basta pronunciar a palavra silicone que já estou arrancando a blusa. Tava pensando sobre isso. É um comportamento tão inevitável entre as siliconadas, que deve ser transmitido na sala de cirurgia. Faça o teste. Não comigo, claro. Eu já me entreguei.

Prova de Amor

Na história da humanidade existem grandes provas de amor. O monumental Taj Mahal, encerra uma das mais fascinantes. Em 1632, o imperador mongol Shah Jahan mandou erguer em Agra, na Índia, um mausoléu de mármore e pedras preciosas em homenagem à amada, Mumtaz Mahal, que morreu ao dar à luz a um filho dele. Mais de 20 mil homens empenharam-se durante 22 anos na construção do monumento, projetado por arquitetos renomados trazidos de diversas partes do mundo Árabe. Desenho de flores, construídos com pedras coloridas semipreciosas incrustadas no mármore, decoram o interior, onde esta o sarcófago. Citações do Alcorão adornam as paredes externas, entre elas uma que convida os “puros de coração”a entrar nos “jardins do paraíso”. A s ambições de Shah Jahan iam além. Para guardar seu corpo, pretendia construir do outro lado do rio um mausoléu de mármore preto, unido ao da amada por uma ponte. Mas antes foi deposto pelo filho Aurangzeb e, segundo se conta, só conseguia então ver o Taj Mahal a partir da pequena janela de sua cela. O corpo de Shah Jahan repousa junto com o de Mumtaz, no Taj Mahal. Essa maravilhosa obra (parece que foi concluída em 1666) é considerada uma das mais perfeitas jóias da arte muçulmana no país e, hoje, é Patrimônio da Humanidade.

Imagina só! Um homem construir tal maravilha pra você?
Eu: Não se fazem mais homens com antigamente.
Péricles: É porque não existem mais mulheres como antigamente.

Fiquei pensativa por alguns instantes.

Malditos vizinhos

Alugaram uma casa que estava vazia há muito tempo. Agora estou acordando sábado e domingo com música sertaneja antes das 8. Na semana, os desgraçados costumam ouvir funk (dos proibidões) até quase 1 da madrugada. Durante a tarde, eu ouço sucessos como “no hospital, na sala de cirurgia, pela vidraça eu via, você morrendo ao sorrir...” (é o que estou ouvindo agora, juro). O som é tão alto que chega até aqui, 4 casas depois, do outro lado da rua. Colado a eles mora um casal de velhinhos que deve ter presenciado a construção das pirâmides e não consegue mais dormir em paz. Agora eu pergunto: todo mundo precisa realmente ouvir a música que eles gostam, na hora que eles querem???? Isso é um absurdo. O direto de um acaba quando começa o do outro. Malditos vizinhos, que além de inconvenientes ainda têm péssimo gosto musical.

Pastores comparam gays a pedófilos

Essa foi uma das afirmações mais absurdas que já vi na minha vida. Se as pessoas não aceitam o homossexualismo por esse ou aquele motivo, já estão erradas, mas fazer esse tipo de comparação é no mínimo uma falta de discernimento. Todo mundo sabe que a pedofilia é um desvio sexual em que o adulto sente atração por crianças ou adolescentes. Esse tipo de apetite causa estragos devastadores e alimenta atos absurdos contra meninos e meninas que, às vezes, ainda nem aprenderam a falar. Eles não têm poder de escolha e nem sabem o que está acontecendo. São vítimas e não parceiros. São muito diferentes dos homossexuais, que não são atraídos pelo cheiro de leite, mas por pessoas do mesmo sexo.
Essa tentativa de igualar grupos tão distintos tem uma origem: o desespero em vetar um projeto de lei que pune quem discriminar a orientação sexual do outro. Os pastores que tiveram a ousadia de falar tamanha aberração estão agora em Brasília. Com esse argumento, eles nem deveriam ser ouvidos. Eu acho que eles tinham que passar um tempo vendo o sol nascer quadrado pelo desplante de denegrir um grupo que já deveria ter seus direitos assegurados há muito tempo. Afinal, se o dinheiro deles é limpo pra pagar impostos e movimentar o mercado de trabalho, porque não podem ser respeitados como cidadãos? Ter direito ao casamento, à herança do parceiro, à dignidade?
Os pastores e padres têm a cara de pau de dizer que fazem isso para defender a família, pra não deixar que as crianças cresçam achando que o homossexualismo é normal. Ou melhor, aceitável. Eu nunca vi esses grupos reunindo forças pra combater o crime, a violência e a corrupção, que é a maior doença do Brasil. Porque eles não foram a Brasília gritar quando livraram a cara do Renan? Aquilo sim, foi um péssimo exemplo para os nossos pequeninos. Eles vivem nos carcando de verdade e não temos como nos defender. Deixem a bandeira arco-íris em paz. No final, você vai acabar achando um pote de ouro.

:o(

Hoje, pouco antes do almoço, me senti como uma criança que acabaram de tirar o doce da boca.

Lugar de bicho NÃO é no circo

Lugar de bicho não é no Circo

Quando eu era pequena, adorava ir ao circo com meu avô. E quanto mais bicho atuando, mais eu gostava. Eu sempre adorei animais. Por causa disso que AGORA, toda vez que vejo algo de extraordinário envolvendo um elefante, leão, macaco, entre outros, eu só penso em como eles devem ter sofrido pra aprender a fazer aquilo. Malditos donos de circo.

Ps. Alguns animais maltratados e a 1ª vez que o leão teve contato com a terra.

Lulu Santos

Já tinha visto algumas propagandas do show do Lulu que ia ter di grátis na Praia da Costa. Eu adoro o Lulu Santos. Já fui a várias apresentações e sempre me diverti horrores. Gosto das músicas, da energia, do público e dele comandando a festa. Regendo os movimentos dos braços, as palmas, o coro composto por milhares de fãs. Às vezes acho que ele tem uma postura de “eu sou foda”. Mas tudo bem, eu acho ele foda mesmo. E das boas. Então, logo que li sobre a vinda dele, fiquei tentada a ir, mas também desanimada por ser aberto. Todo mundo sabe que festas abertas dá de tudo. Mas não era só isso que tava pegando, porque nunca tive problema em encarar multidões. Meu medo era acontecer algum desastre que atingisse meus seios. Imagina só: um corre-corre danado, eu levando cotoveladas por todos os lados e meus peitos ficando caolhos? Só decidi às 3 da tarde, quando a Marcela ligou aqui pra casa falando que ia com o Jônio. Depois, a Gabriela animou também. Eu não poderia ficar de fora, né? Me preparei psicologicamente e lá fomos nós três, sem o Jônio, que tava cansado e ficou dormindo. A praia tava LOTADA! Aos poucos fui relaxando e gostando. Me senti no túnel do tempo. Nem lembro da última vez que fui a uma festa assim, aberta, cheia de gente do bem, que só estava interessada em se divertir. Tinha um monte de crianças e adolescentes que nem deviam conhecer as músicas mais antigas. A infra-estrutura tava bacana, com banheiros químicos e tudo mais. Os únicos camarotes eram as varandas dos prédios ao lado do palco. Gosto disso. Shows sem camarotes.
Logo achamos um lugar legal, mas tivemos que sair porque tinha um bando de maconheiro chato empurrando todo mundo. Alguns grãos de areia depois e tivemos ótima visão do palco. O show atrasou uma hora, mas valeu a pena esperar. Quando a luz focalizou o centro do palco, um Lulu sentado lendo o jornal e todo performatico apareceu cantando:


"Hi! Deixa que digam
Que pensem, que falem
Deixa isso prá lá
Vem prá cá
O que é que tem?
E eu não tô fazendo nada
Nem você também
Faz mal bater um papo
Assim gostoso, com alguém?
Eu disse deixeeeeeeeeee..."

Fomos ao delírio. Todo mundo cantando, dançando, vibrando, pulando. Uma sucessão de sucessos antigos e novos esquentou a praia como um sol de 40º. Quando pensava que ele já tinha cantando todas as músicas, vinha outra e me arrebatava de novo, me fazia relembrar algum momento da vida. Eu gritava as letras, com os olhos fechados e os braços pra cima, na maior curtição. O ponto alto foi quando Lulu cantou “Como uma onda”. Quero dizer, quando ele não cantou. Quando ele virou platéia e a platéia virou astro. Cantamos por vários minutos:

“Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo
Agora!
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro
Sempre!...
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar...”

1:50 minutos depois do início, a multidão se dispersou. A noite estava linda e eu, abraçada às minhas duas grandes amigas, feliz da vida por ter ido ver aquele certo alguém.

Jogo do Brasil e Suzana Werner

Não estava muito animada pra ver esse jogo de 4ª feira, depois daquele fracasso de domingo. Mas como seria logo depois da novela, continuei exatamente no mesmo lugar: esticada na poltrona comendo pipoca. Aos poucos, tudo foi mudando. O Maraca lotado, a torcida era um verdadeiro álbum de família, o verde e amarelo dando vida à esperança de que seria um jogo diferente. Comecei a me agitar, comecei a querer estar lá também, com o rosto pintado e mais inquieta do que as milhares de bandeirinhas que saudavam a seleção depois dos 7 anos de ausência. Aí veio o golpe final que me prenderia de vez à partida: a visão do Júlio César chorando. Pronto. Naquela hora fiquei também emocionada, lágrimas brotaram e acabei tendo uma lembrança nada patriótica ou esportiva: Suzana Werner. Sim, ela mesma. Pensei em como ela se deu bem por ter casado com aquele Bonitão e não com o Fenômeno. Lembrei da Copa da França, onde muita gente disse que a culpa pelo piripaque do Ronaldinho tinha sido dela. Em como se manteve digna a não recorrer ao golpe da barriga para garantir uma renda fixa pro resto da vida durante os anos em que ficaram juntos. Dos chifres que ela tomou. Das chacotas que sofreu quando começou a namorar outro jogador. Em como a vida afetiva do Gordo vive na boca do povo e a dela, não. Foi tudo muito rápido e no meio desse turbilhão, minha vó falou:
- A melhor coisa que a Suzana fez foi ter casado com esse pão. Aquele Ronaldinho é muito feio.
- Mãe! Eu tava pensando a mesma coisa! Feio e galinha. Eita homem bonito, esse goleiro – disse minha mãe.
- E ele parece ser um menino bom – valorizou, vovó.
Eu dei uma gargalhada e sentei. As duas não paravam de falar e o tricô foi muito além disso, depois que eu entrei na conversa. Só paramos depois de uns minutos de jogo, quando começamos a torcer histéricamente e mudamos o foco dos xingamentos.
Mas só ontem, lendo o Garota Carioca, que me dei conta de que esse foi um pensamento compartilhado pela mulherada. Eu me reconheci no texto da Daniela logo nas primeiras linhas. Depois disso, fiz uma enquete com várias amigas e todas lembraram da Loira. À noite, quando o JN passava imagens da festa que teve depois da vitória, vovó perguntou.
- Pôxa, cadê a Suzana? Bem fez ela que não casou com o aquele outro lá.

Ursinha Panda

Queria fazer com o silicone igual faço com minha lente de contato: tiro pra deitar e coloco depois que tomo café. Ainda está muito difícil pra dormir. Hoje foi duro levantar da cama: horário de verão, chuvinha fina caindo e uma noite mal dormida. Viro pra um lado, eu acordo. Viro pro outro, eu desperto. Respiro, eu perco o sono. Tenho tantas olheiras que estou parecendo uma ursinha panda.

Alma Gêmea?

Sabe aquela pessoa que você acha igualzinha a você? Que curte os mesmos programas, ouve as mesmas músicas, prefere a mesma comida, tem os mesmos assuntos. Pois é, geralmente são chamadas de almas gêmeas. Os problemas começam quando surge algum pretendente que parece disposto a ocupar o cargo de Cara Metade de forma honesta mas, na verdade, é um farsante. Esse tipo de pessoa nem sempre é facilmente reconhecida. Às vezes ela engana até nossos melhores amigos, que possuem um radar mais apurado por estarem de fora. Ela é atenciosa, divide os mesmos gostos, trata sua mãe com carinho e fala do futuro. Quando você se dá conta, já está juntando os sobrenomes pra ver se combinam, na maior ilusão. Existe também o típico Don Juan. Tá na cara que a pessoa não vale o prato que come, que tem um passado mais negro do que o Michael Jackson há uns 20 anos atrás. Mas você acha que o que passou, passou e com você vai ser diferente. E tem os cagões. É um tipinho que acha que quer, fala que quer, demonstra que quer mas, lá no fundo, sabe que não vai segurar a barra de um compromisso sério. Desculpas e motivos pra isso não lhe faltam. Esse, depois de passar por um tratamento de choque, eu ainda acho que tem recuperação. Já os outros... acredito que uma hora acabam voltando às origens. A maioria some pra demonstrar que não quer mais nada, ou para o ponto final parta de nós. Ao invés de almas gêmeas, são almas penadas.

20 dias depois...

O que aconteceu de lá pra cá:

- Meus seios já desincharam muito, mas só vão ficar legais mesmo daqui 1 mês;
- Já consigo dormir de lado, mas tenho que usar 3 travesseiros;
- Já consigo levantar os braços, mas não me atrevo a me esticar toda;
- Semana passada saí sem sutiã, mas depois de um tempo minha cicatriz começou a queimar e eles, a pesar;
- As casquinhas da cicatriz estão saindo! E ela tá linda, fininha e quase invisível, graças a DEUS!
- Vou começar a dirigir amanhã, mas não vou fazer baliza e outras manobras (mas é só porque eu não quero);
- Os mamilos estão menos doloridos. Eles doem muito depois de uns 7 dias;
- Só sinto alguma coisa se movendo dentro de mim quando faço movimentos rápidos, e só do lado direito.
- Os dias não estão mais se arrastando;
- Não sinto mais que vou tombar pra frente quando levanto rápido.

Women In Art

“A arte não foi feita pra inteligência e sim para a sensibilidade.”
Essa frase não é minha, mas pude conferir sua veracidade com este vídeo. Duas pessoas totalmente diferentes o viram. Uma é absurdamente instruída, viajada e tal. A outra, simples e sem instrução. Essa segunda amou. A primeira, não achou muita graça. É... tem coisas que a gente tem que ver pra crer.

Horário de Verão

Agora são 02:10, ops, 3:10 da madrugada e eu ainda estou acordada, batendo papo com alguns amigos no MSN: Fernando, Rodolfo e Alexandre. E, incrivelmente, falava sobre assuntos parecidos com os 3. Aproveitar a vida, se mudamos de verdade, vingança, começo e fim de relacionamentos, pouco caso, perfil, amizades. Não chegamos a conclusão alguma, mas ninguém queria uma solução. Era como se estivéssemos numa mesa de bar dividindo experiências. Só faltou a cerveja.

***

Engraçado é que os assuntos me fizeram lembrar um filme do Wood Allen. A personagem dele adora citar piadas. Diz que elas contêm verdades que ninguém consegue perceber. A que mais me “falou” foi essa:

Um homem foi ao médico e disse:
- Doutor, toda vez que eu faço assim, minha mão dói muito – fazendo movimentos absurdos e desnecessários com a mão, o pulso e os dedos.
- Então... por que você faz? - respondeu com uma pergunta, calmamente.

Visitas

Não tive muitas. Acho que por ter ido trabalhar logo, o povo acha que não precisa vir aqui em casa me ver. Que saco isso, porque amo ser paparicada. A primeira pessoa que apareceu no hospital foi o Tony, mais pra cuidar de mim do que pra fazer um social. O enfermeiro mais lindo do mundo. Valeu irmão! Depois foi o namorido de mamãe. Gabi apareceu logo no outro dia e me deu dicas preciosas de quem já passou pelas mãos do Dr. Lindão. No bom sentindo, claro (ui!). Ela explicou como deitar, levantar, lavar os cabelões, discursou sobre cicatrizes e trocamos várias figurinhas. Foi ótimo! No outro dia, Fernando veio. Batemos muito papo, contei todas as minhas peripécias no hospital. A conversa tava tão boa que me atrapalhei e troquei os remédios. Ele adorou o resultado e eu a visita. Gabi veio novamente no domingo carregada de roupas. Eu quase não tenho peças abertas na frente e não posso me dar ao desfrute de levantar os braços. Segunda-feira foi o dia da Simone. Depois de anos sem vir aqui, achou o caminho de volta e rimos horrores. E, pra variar, ela me conseguiu uma informação importante. Hoje vieram o Fernando, que me levou pra tomar um sorvetinho delicioso na Praia da Costa, e a Karina. Essa aí foi uma das primeiras pessoas a saber que eu ia fazer a cirurgia e esqueceu de me ligar! Só foi lembrar dias depois. Claro que ela se sentiu muito culpada e eu achei foi pouco. Falei que não adiantava mais, que não ia deixá-la ver, nem botar a mão.
- Ah... deixa, vai.
- Não!
- Eu te dou um sutiã.
- Você acha que vai me comprar com um sutiã???
- Tá bem, tá bem. Eu levo também uma calcinha.
- Você vem quando?


Ela veio e arrasou no presente. Quer dizer, EU arrasei no presente. heeheh

Valeu, Ka, o 1º sutiã a gente nunca esquece!!!

A quoi ça sert l'amour ?

Um delicioso filminho animado francês sobre o encontro, a separação, as outras tentativas e o reencontro de um casal parisiense. Fundo musical de Edith Piaf e Theo Sarapo. A vida não poderia imitar a arte num caso assim?

Lovestórias

Melhor se fosse apenas vagabunda. Elas sempre lidam melhor com as sacanagens da vida.

Tangas Frouxas x DBF



Essas são algumas das irmandades mais secretas do mundo, mas decidi revelar sua existência, mesmo correndo sérios riscos. Apesar de serem 2 extremos, seus participantes vivem em perfeita harmonia. É claro que também há momentos de tensão, sempre resolvidos com uma boa birita. Você mesmo deve conhecer vários militantes, mas agora vai ser moleza identificá-los. Infelizmente não poderei dar muitos detalhes, ou terei que matar você depois.

Fundação Tangas Frouxas: são aqueles mandados pelas mulheres, comprovadamente.
Origem do nome: é quando o cara arrega tanto pra mulher, que chega a afinar e mal cabe dentro da cueca.


Fundação do Pássaro Morto: são aqueles que mandam nas mulheres, teoricamente.
Origem do nome: sabe aquelas histórias da máfia, onde os marcados pra morrer recebem um pássaro morto?

Ps. Atenção à autorização pra sair de casa dos TF.

Vida AC - DC

Como disse antes, vou contar os primeiros dias Antes da Cirurgia e Depois da Cirurgia. Mas já adianto uma informação que muita mulher não sabe: "DÓI MUITO". E outra que é visível: "mas vale a pena" :o)

Dia D – 27/09 (5ª feira)
Antes: o Dr. Lindão fez vários rabiscos em mim. Eram estranhos e, como os médicos têm a letra horrível, achei até que poderia ser alguma anotação, sei lá. Entramos também no consenso de que ele não colocaria os 2 Everestes que ele queria. Escolhemos uma prótese de 250 ml.
Depois: DÓI PRA CARALEO!!! Ignorei os avisos da Érika – amiga aqui da agência e dona de um belo par - , mas dói mesmo!!! Mas o pior foi na hora de fazer xixi. Quando mamãe começou a levantar a cama, as dores me levaram às alturas. Não sabia o que era pior: a sensação de alguma coisa dentro de mim, o corte, a pele esticadérrima ou a falta de ar. Não conseguia respirar.
Quando cheguei ao banheiro, senti tanta, mas tanta dor, que quase desmaiei. Nessa hora eu me arrependi muito da vaidade.
- O que que eu tinha que ter inventado de mexer nesses peitos???
Depois disso só me atrevi a levantar no outro dia.


NOTA: o povo aqui da agência é DEMAIS!!! O Hospital onde fiquei é aqui atrás e, depois de um tempo, ouvi muitos gritos “ANNA!!!”. Era o povo me gritando e eu morrendo de rir e querendo muito chegar à janela pra dar 1 xauzinho.

2° dia – 28/09 (6ª feira)
Dr. Lindão me deu alta logo cedo e fui, linda, loura e de bracinhos inertes pra casa. A dor não dava trégua e encarei outro problema: deitar e levantar. Era sempre um horror. Além de não poder fazer nenhum dos 2 sozinha pra não forçar os pontos, a cicatriz parecia que ia abrir com os movimentos. E a falta de ar persistia. Eu ficava alguns minutos até respirar normalmente. Acabei dormindo no sofá, recostada numa almofadona e foi tarde porque Gabi passou lá em casa e botamos o papo em dia.


3° dia – 29/09 (sábado)
Novamente, problemas pra levantar. Achei melhor nem tirar um cochilo durante a tarde. E encarei meu 1° banho em casa. Como não podia molhar a cicatriz, só rolava da cintura pra baixo. O resto era com mamãe. Ela ensaboava uma toalhinha, passava em mim, depois passava outra toalhinha molhada pra depois enxugar com uma toalhona. Era um saco e ficava agoniada. Mas aí, via minhas lindas aquisições e tudo valia a pena. Fernando apareceu pra conferir o resultado. Ele gostou e isso é bom, porque tem um ótimo gosto.


4° dia – 30/09 (domingo)
Ainda sinto dor, mas já melhorou muito. Acordei novamente no sofá e precisei de ajuda pra levantar. A pior parte de tudo é isso. A dependência. O médico me mandou ficar sossegadinha, sem levantar os braços, pegar peso, essas coisas. Eu que não ia desobedecer o omi, né? Ainda mais que a cara da minha cicatriz vai depender disso. A grande aventura foi lavar os cabelos, que são compridos. Mamãe passou a manguerinha do chuveiro pela janela, eu quase deitei numa cadeira e ela os lavou no tanque, esfregando como se fosse roupa suja.


5° dia – 01/10 (2ª feira)
Já melhorei bastante e vim trabalhar. Os meninos ficaram agitados, mas não perderam a chance de me sacanear. Por conta dos movimentos comedidos, eles me chamaram de Roy, o dinossauro de braços curtinhos. Já consigo deitar sozinha porque aprendi a me jogar sem sentir que ia me estatelar na almofadona que levei pro quarto. Neste dia, fiquei 10 minutos gritando pra alguém me acudir. É que esqueci de pedir pra alguém tirar os 2 prendendores do cabelos.


7° dia - 03/10 (4ª feira)
O Dr. Lindão me ligou e disse pra eu tirar logo os pontos. Adorei isso. E foi rapidinho. Ele só deu um piquezinho nas pontas e deixou o resto. Ele disse que o tipo de “linha” usada ajuda a selar o corte. E fez a grande pergunta:
- Você anda sentindo falta de ar?
- Agora não muito, mas senti demais no começo.
- É normal, porque o silicone comprime o tórax.
- E você só me avisa disso agora???
Que médico louco! E eu quase pedindo um balão de oxigênio. Depois fiquei pensando... não sei como nenhuma peituda com mais de 400 ml nunca morreu sufocada.


9° dia – 04/10 (6ª feira)
Estou bem melhor, graças a Deus!!! Hoje provei um montão de vestidos de decotes diferentes. É que na semana que vem, vou levá-los pro primeiro passeio noturno. Apesar da dor que senti depois de tanta estripulia “levanta braço, puxa pra passar pelos peitos”, tive a grande certeza: foi uma das melhores compras que já fiz.