Peito novo

Estou viva e peituda. Mais detalhes só quando eu melhorar. Tô sentindo muitas dores e só podendo mexer o anti-braço. Tô parecendo o Roy, aquele dinossauro de braços curtinhos.

É amanhã!!!

Vou operar amanhã!!!
Vou operar amanhã!!!
Vou operar amanhã!!!
Não estou com medo.
Não estou nervosa.
Só sinto uma coisinha aqui na barriga. Acho que é fome.

O silicone, o celular e o apagão

Desde que decidi botar silicone, eu nunca vi tanto peito na minha vida. Ontem mesmo fui à minha gineca e, da sala de atendimento até entrar no consultório, eu vi 2 pares. Lá dentro vi mais 1, o da médica. Bastou dizer que ia dar uma turbinada pra brotarem várias sisters dispostas a dividir a experiência. Mas não basta falar. Tem que mostrar. A que estava sentada perto de mim, pegou minha mão e botou no peito, pra provar que ficam macios. As outras concordaram. E eu lá, achando tudo engraçado e me perguntando se farei o mesmo.

Ainda ontem tomei uma atitude drástica. Resolvi habilitar o celular que estava jogado na minha gaveta há 7 meses. Eu o ganhei do namorido de mamãe e quase ninguém sabia. Mas resolvi por conta própria, sem ceder às pressões dos amigos, caras de incredulidade dos desconhecidos ou as malditas fichas de cadastros. Será que os telefones de casa e do trabalho não bastam? Mas eu nem ligava. Literalmente. Os amigos tentaram várias artimanhas pra me convencer, entre elas, uma comunidade no orkut criada pelo Fernando, apoiada pelo Thiago e freqüentada por amigos em comum. Só descobrir dias depois, por um deslize da Paola. Depois, numa festinha de aniversário aqui em casa, Gabriela e o mesmo Fernando chegaram com uma caixa enorme. Pensei que fosse ganhar um orelhão! Depois de abrir várias caixinhas e muitos embrulhos, cheguei a uma bolsinha da Claro. A galera delirou. Eu suei frio. Não ia poder ignorar um presente deles, né? Se fosse um celulite, ia ter que usar. Nem que fosse pra encher a bolsa. Graças a Deus era uma pegadinha e me deram a trilogia dos Sr. dos Anéis. Os dois foram sensacionais. Foi uma pegadinha com final feliz.
Esse de agora também foi um presente, como já disse antes e ontem acabei com todo o drama. Hoje já esqueci de trazer antes do almoço. A 1ª ligação foi da Marcela Buaiz e o 1º torpedo foi da Gabi. Mas tanta revolução não poderia passar em branco. Tivemos um apagão em todo o ES e metade do Rio.

Contei da operação pra vovó. Ela acha que não precisa. Que estou linda assim. Aonde já se viu avó achar peito de neta feio? Mas aceitou numa boa. E ainda disse que espera que fiquem tão bonitos quantos os dela, quando era mocinha.

TPS – Tensão Pré Silicone

- Será que vai ficar bom?
- Será que vou sentir muita dor?
- Será que a cicatriz vai ficar horrível e meus peitos vão parecer com o Scarface?
- Será que conto pra vovó?
- Será que vovó vai ter um treco quando eu chegar enfaixada em casa?
- Será que vou agüentar mamãe no volante por 20 dias?

Cirurgia marcada

Sangue tirado, risco cirúrgico OK e operação marcada pra semana que vem, dia 27. Muita gente disse: "já?". Eu queria mesmo era que fosse pra ontem.

Será um sinal???

Acordei cedinho e fui tirar sangue. Depois de tubos e mais tubos, a mulher do laboratório me liga à noite pra avisar que terei que tirar mais sangue amanhã. Um dos vidrinhos quebrou. Sou meio supersticiosa. Será um sinal de que não devo operar??? Eu soltei um "não acredito!" e ela ficou meio sem graça, perguntou se tinha doído e tal. Falei que tinha coisa muito pior do que a agulha: as 12 horas de jejum.

Visita ao Dr. Lindão

Hoje fui ao Cirurgião Plástico. Mamãe foi comigo, com uma tromba gigantesca. Ela não quer que eu opere e falou com todas as letras quando o Dr. Lindão perguntou. O médico deu um sorriso sem graça, mas eu nem liguei. Tirei um monte de dúvidas, apalpei um silicone de 200ml que ele tinha na gaveta, expliquei como são os peitos dos meus sonhos e li na cara dele algo como "milagres eu ainda não faço". Disse que só poderei tomar sol em dezembro e, no meu caso, o melhor é cortar por baixo e o tamanho ideal é 275ml porque sou magra, mas tenho ombros largos e uma boa altura. 275ml? Hummm... sei não. Sou desastrada e tenho medo de tombar pra frente. Saí de lá com os pedidos de exames e a certeza de que meu armário vai receber de portas abertas um monte de tomara que caia pro verão.

Amigos virtuais

Sabe aquele papo de mãe que não devemos falar com estranhos? Isso ficou praticamente impossível depois da Internet. Uma das coisas que mais me prendia nos primeiros meses de navegação era falar com estranhos. Adorava! Mas confesso que demorei um pouco a entrar em chats. Achava que era passatempo pra gente louca, ou solitária. Até que um dia, quer dizer, uma noite, me enquadrei nas duas categorias e mergulhei de cabeça nas salas de bate-papo. É verdade que encontrei alguns tarados, mas foram fáceis de identificar. São os tipinhos que ficam excitados só de ver um nick feminino. Ninguém merece ser molestada por um monitor. Se o cara perguntar o que você está vestindo, pronto, puxe o cabo de conexão ou responda: "um camisola de algodão velha com bichinhos, uma calcinha bege furada e as meias do meu pai. O par social". Ele vai broxar na hora. Bem, depois de me armar contra os maníacos, resolvi entrar nas salas de Portugal. Queria conversar com pessoas que eu nunca teria a chance de conhecer pessoalmente. Isso era o que me atraia. Logo de cara conheci um publicitário, o Mister_X. A conexão foi imediata e o carinho, real. Foi por causa dele que acabei fazendo meu curso de publicidade. Mesmo tão longe, sem qualquer presença física, sem ouvir a voz diretamente, sem olhar no olho, o Sr. X ajudou a mudar minha vida. Somos amigos até hoje, 8 anos depois. Durante esse tempo, acabei freqüentando salas mais próximas da minha casa e fiz outros amigos internéticos que renderam muitos momentos de alegria, descontração e aprendizado. Alguns eu conheci pessoalmente e no balanço total, tive mais experiências boas do que ruins, como a Lua Nova, do Recife, passamos madrugadas inteiras conversando. Uma vez, ela meu deu um livro de presente, autografado! Ela manda muito bem nas letrinhas. Um curitibano virou meu guia quando fui visitar minha prima no sul. Também tive uma grande surpresa ao descobrir que o advogado candango era irmão de uma moça que tinha estudado com a Sabrina, a amiga que eu ia visitar em Brasília. Mas os cariocas são a grande maioria. O futuro delegado tornou minha conexão do vôo pra SP muito mais agradável ao despencar pro Galeão só pra me conhecer. O analista de sistemas só me vê pela janelinha do MSN, mas divide comigo a paixão por filmes e ganhou meu coração pra sempre depois que passou mais de uma hora comigo me ajudando a botar legenda em alguns capítulos de Lost. Por falar em Lost, se o carioca/capixaba/paulista não tivesse aparecido de corpo e alma naquela festinha da agência, demoraria uma eternidade até ver a 2ª Temporada. Tem o músico que me deu muito apoio em momentos difíceis, está morando por aqui e casou. E tem aquele capixaba, que apareceu uma madrugada com o nick de criança, mandou uma linda poesia e virou um amigaço. Meio desnaturado, mas muito querido. Até já fiz uns trabalhos pra ele. É... conheci muita gente legal. Infelizmente não tenho mais paciência pra chats com estranhos. Ainda bem que agora existe o MSN. Penso nele como um barzinho onde eu posso encontrar as pessoas que gosto, que quero manter contato. Por isso que muitas vezes, mesmo sem assunto, eu chamo pra dizer um "oi", como um aceno de longe. Amigos virtuais. Os maiores tesouros que encontrei ao navegar.

O Silicone - a idéia

Comentei na agência que quero colocar silicone. Todos apoiaram, menos um, o que tinha certeza que mais ia me incentivar, meu irmão aqui. Afinal, ele não pode ver um peitão que parece entrar em transe. Ele os fotografa em festas, mostra, fala, comenta, sonha com eles. E como sei que ele me adora, pensei que fosse ficar feliz em ver sua amigona mais, como posso dizer... exuberante. Mais gostosa mesmo, pô!
- Eu tô pensando em botar silicone – alegrinha.
- Por quê? Pra que? – batendo o pé no chão, de braços cruzados.
- Ué, porque eu quero! Porque eu acho que vou ficar tudo – surpresa.
- Sabe de uma coisa? Eu acho que você precisa casar – indignado.
- Han??? – com cara de interrogação.
Fiquei tão chocada que nem tive resposta. Alguém pode me explicar o que aconteceu? Um ataque de proteção? "Pros peitos da minha irmã ninguém olha!" Aí fui pra casa pensando na história e tentando entender o chilique. O que tem a ver o cu com as calças? Ou alguém acha que um marido substitui um par de peitos turbinados? Deve ser a mesma pessoa que substitui sexo por chocolate. Não é bem melhor quando você pode juntar os dois? Mas depois me veio um pensamento muito pior. Será que ele acha que eu tô pensando em transformar meus futuros silicones em imãs? Será que todo homem acha que tudo o que fazemos é por eles? Claro que vai ser ótimo atrair mais olhares, mas eu não encararia uma cirurgia só pra chamar tanta atenção. Seria muito mais barato e rápido comprar um sutian com enchimento. Eu tô fazendo por mim. Pra usar os decotes que só uma mulher de peito pode usar, sem que fique a sensação de que está faltando algo ou pior: sem que precise ficar estufando o peitoral, como um pombo. É ainda mais difícil do que encolher a barriga durante horas, acredite. Eu só uso algo mais cavado quando tô menstruada ou quando tomo anticoncepcional. Já tomei algumas vezes só pra deixar as peitolas mais robustas em vestidos de festa. Além de tudo, todas as mulheres da minha família são peitudas, então, eu só vou corrigir um deslize da mãe natureza. Por último, vou acabar com a alegria desse meu amigo na hora de mexer nas minhas fotos. Vira e mexe ele usa o photoshop pra botar uns centímetros a mais na minha comissão de frente. Depois da cirurgia, ops, da correção, quero ver se ele vai ter mais peito do que eu pra falar alguma graça.

O começo

Sempre olhei com desconfiança esse negócio de BLOG. De como as pessoas abrem suas vidas na internet pra todo mundo saber. Mas, aos poucos, fui vendo alguns muito legais. A maioria de gente que nunca vi na vida e que escreveram coisas que tinha tudo a ver com meu momento. Me despertaram ótimas lembranças. Enriqueceram minhas horas. Me fizeram rir demais da conta. Aí, achei vários diários antigos e cadernos da época do colegial. Algumas frases e pensamentos que ainda são atuais. Outros me pareceram completamente absurdos. Mas a maioria me deixou saudosa daqueles tempos... achei vários ingressos de shows, cinema, peças de teatro, folhetos, etiquetas de roupas, números de telefones anotados em guardanapos, dicas de revistas, etc, etc, etc. Um monte de bugiganga que fez parte da minha história. Adorei rever. Pronto. Das páginas amareladas pra tela do computador foi um clique.