Feliz Ano Novo!

Não vou me alongar porque estou na TPM e sempre fico muito emocionada com esse negócio de reveillon. É uma choradeira danada e lápis escorrendo do olho. :o)

Beat Goes On



Esse foi o momento em que consegui me esgueirar e chegar perto da passarela. Ver a Madonna chegando de “calhambeque” na minha frente não tem explicação. Aqui dá pra ver como realmente estava próxima. Mesmo segurando firme a câmera, dá pra ver a agitação dos fãs quando ela se aproxima. E se aproximou muito. Foi demais!

Into the Groove



Essa é das antigas e todo mundo cantou junto. Na minha opinião, o visual mais legal da noite. Adorei as cores vivas, alegres, as ilustrações, os movimentos, os figurinos, as coreografias e o “palquinho” que se deslocava para lá e para cá com a Madonna em cima, brilhando mais do que qualquer iluminação do palco. Diva!

Into The Groove 2

4 Minuts (Tic Tac)



Fiquei meio em dúvida se gravaria esse pedaço porque Madonna estava no palco e eu, na ponta da passarela. Mas ao ver a surpresa que ela tinha aprontado para inserir o Justin no show... foi irresistível. Ela é demais!

Madonna – God Save The Queen


Depois de tanta luta para comprar o ingresso VIP, a ficha realmente só caiu quando eu me vi paradinha na fila do Morumbi, sábado, ao lado do meu amigo Aguinaldo (Gui, para os íntimos) e atrás de centenas de pessoas que tinham chegado mais cedo. Depois de 15 longos anos e muitas turnês mundiais que não passaram por aqui, eu ia ver novamente a Madonna de perto! O estádio estava vazio, mas o palco, a passarela e as incontáveis parafernálias que ainda permaneciam apagadas e inertes já mostravam que aquele show ia ser apoteótico.

Gui já tinha ido ao show de 5ª feira e elegeu o lado esquerdo para ficarmos. Foi um ótimo lugar, muito, muito perto da passarela. Se a Madonna tropeçasse, despencava em cima da gente. Ao nosso redor, pessoas engraçadas, ansiosas e comunicativas. Depois de um tempo resolvemos sentar. Só levantamos às 20h, quando o mala do DJ tentou nos distrair antes da Diva dar o ar da graça. Não empolgou. Mas também, faça-me o favor. Fãs enlouquecidos esperavam por Ela e entra um DJ com cabelos lisos e franjinha de cortina. Ihhhhhhh... fooooooraaaaaa!!!... Nem os dançarinos conseguiram nos engambelar. Madonna! Madonna! Madonna! O Morumbi se agitava.

Lá pelas 21h começou a garoar, o que foi bom porque o calor estava ficando insuportável. Quando o atraso já chegava a quase 1:30, eu comecei a fazer umas imagens das arquibancadas lotadas. Queria registrar tudo. Quando concluí o giro de 360º, o palco começou a mostrar que estava vivo, e pulsava. Luzes, cores, movimentos inacreditáveis. A presença de Madonna, antes mesmo aparecer, já era eletrizante e emanava a energia da poderosa estrela que ela é.

Apesar de segurar a câmera firme e forte, eu parecia estar no meio de um terremoto, em alguns momentos. Terremoto, não, mas diante de um furacão que estava pra mostrar toda a sua força. Depois de alguns minutos de imagens psicodélicas e acordes de Candy Shop, a grande caixa luminosa se abriu e Madonna surgiu poderosa, majestosamente sentada em seu trono de rainha e exibindo uma inconfundível pose de puta. Maravilhosa! Delírio, gritos, pulos, lágrimas. O Morumbi cantou a música de abertura do início ao fim, parecia ensaiado. A Diva mostrava o seu poder.

Um espaço perto da passarela se abriu e eu, rata de shows que sou, me esquivei e consegui me aproximar ainda mais. 15 longos anos depois, Madonna se aproximava de mim em seu “calhambeque”. Ela desceu e dançou quase na minha frente. Vi seus olhos, sua boca, seu nariz, seus cabelos, tudo perto. Cara, era a Madonna! Tudo ao vivo, não em closes em revistas ou em vídeos no youtube. Era a Madonna, e estava ali! Foi enlouquecedor! Novo terremoto, eu me agarrei à câmera, mas consegui enquadrar por sorte porque não vi essa cena pelo visor da minha digital. A energia foi demais, transbordante. Chorei.

Muito simpática e sorridente, ela interagiu conosco. Conversou, brincou, instigou. Respodíamos com berros de YES, NO, e centenas de “I Love You!”. Tava na cara que ela estava se divertindo e se emocionando com a inflamada recepção brasileira. Prometeu que não vai demorar a voltar. Sei. Ouvi isso também no Maracanã há 15 anos. Espero que, desta vez, seja verdade.

E assim correu o show. Com alma, com o dedo certeiro de Madonna, com o coração dela. É totalmente coreografado, totalmente tecnológico, totalmente ousado, totalmente perfeito, e foi sem tombos. Só achei que o som deveria ser um pouco mais alto. Algumas vezes ela usava play-back. E daí? A Diva gasta energia dançando por 2 horas, sem muitas paradas, deixa a mulher tomar um pouco de fôlego, gente. Não dá pra esquecer que não é um show comum, do tipo que dá pra virar pro lado e conversar por 2 minutos com um amigo. Time is funny. Ela é a Rainha do Pop, da música dançante. O que faz de Madonna tão especial é ela ser infinitamente maior do que a música que canta, apesar de ter uma boa voz. Ela É o show. Essa é a diferença. Ela é a Madonna.

GAME OVER. 2 horas depois, Madonna sai do palco mandando beijos e berrando “Thank you, São Paulo!”. Além da emoção, tive a certeza de que valeu cada centavo, cada minuto, para ter passado aqueles momentos diante da Diva.

Vou dividir com você algumas fotos. Claro que poderia pegar várias melhores de algum site. Mas não teriam a minha visão do espetáculo. Também fiz alguns vídeos, mas ainda não sei quando conseguirei postar todos. Espero que goste dos que já estão abaixo.

Momentos inesquecíveis

































Abertura do show



Como já descrevi acima, foi muito difícil conseguir filmar alguma coisa no meio da confusão. Sei que existem vídeos melhores no youtube. Mas eu tenho esse para chamar de meu. ;o)

Vogue


Essa eu tinha visto há 15 anos, mas numa roupagem totalmente diferente. Mais uma prova de que esse foi um show totalmente diferente do outro. Aliás, como uma Camaleoa manteria algo parecido?

Vogue - continuação



A pessoa lerda aqui, em vez de esperar a música acabar, não. Acabei perdendo a volta dos dançarinos à passarela. Mas acho que dá pra perceber como o fechamento da música foi sensacional. E perto de mim! ;o)

Feliz Natal

Eu nunca sei direito o que dizer para desejar um Feliz Natal. Mas espero que sejam trocados mais do que presentes. Que sejam compartilhados amor, alegrias e esperanças. Espero que a mesa não seja farta apenas de comida, mas de boas risadas e momentos felizes ao lado de quem você ama. Feliz Natal! Que Deus abençoe a você e aos que lhe são caros.

Ps. Ainda não consegui organizar as fotos e vídeos do show da Madonna. Devo fazer isso até o final da semana. Mas já adianto que eu achei fantástico!

Paulista por 4 dias

Acho que farei apenas um programinha cultural desta vez. O resto do meu tempo será de esbórnia, compras e esbórnia. Deve ser reflexo do show da Madonna que verei no sábado. Vou ficar pertinho dela. Algum recado? :o)

Trabalhando nua

É assim que uma mulher se sente quando sai de casa sem brinco, colar, pulseira ou anel. Acho que é por isso que as peladas das revistas usam tantas bijous, para não ficarem tão em pêlo assim.

Desabafo contra as drogas



Agora há pouco fui atender a campainha e, antes mesmo de chegar à porta, senti o maior cheiro de maconha. Quando atendi, meu coração apertou. Era um carinha aqui da rua que vi crescer. Ele veio tentar me vender uma sombrinha velha para dar dinheiro ao pai. Uhum, sei. Botei ele pra correr. A mãe dele é uma pessoa muito simpática e não sabe mais o que fazer pra tirar o filho das drogas. Ele já foi internado algumas vezes, mas não conseguiu se recuperar. Ao mesmo tempo que fico com pena, eu morro de raiva pela burrice das pessoas que resolvem experimentar essas porcarias.

Eu devo a minha ojeriza às drogas graças a “Eu, Christiane F., 13 anos, Drogada e Prostituída”. Esse filme barra-pesada, que vi aos 12 anos, me deu uma das maiores certezas que tenho na vida: de que nunca usarei drogas. NUNCA. Tirando aí alguns cafajestes que, às vezes, caio na besteira de experimentar. Quem viu o longa-metragem (e/ou leu o livro, que também é uma bela porrada e tem fotos reais) sabe do que estou falando. Foi muito assustador ver a transformação da adolescente em trapo humano. E isso ficou marcado na minha cabeça. Já tive muitas oportunidades de cheirar lança, fumar maconha e por aí vai. Não quis. Não tenho a menor curiosidade de saber como é. Além do medo, tenho um grande respeito pelos entorpecentes. Porque vamos combinar, né? A onda deve ser uma delícia, pelo menos nas primeiras vezes. Se fosse ruim, claro que ninguém voltaria a experimentar. É questão de lógica.

Drogas pesadas são um problema para quase 26 milhões de pessoas no mundo. As delicinhas matam 200.000 pessoas por ano, segundo a ONU. Agora eu pergunto. Quantas dessas pessoas achavam que o primeiro traguinho, que o primeiro pozinho, que a primeira balinha, que a primeira pedrinha iam torná-las estatísticas? Duvido que alguma. Aí alguém vai dizer: mas são as drogas pesadas! Para se ter uma overdose, ou chegar ao fundo do poço, tem que haver uma iniciação. Como ter a certeza absoluta de que o uso recreativo passará a ser diário, e depois incontrolável? Alguém acha que o Fábio Assunção e a Amy Winehouse sequer cogitaram passar o inferno que estão passando quando experimentaram pela primeira vez? Alguém acha que Elis Regina e a Cássia Eller imaginaram que acabariam mortas seguindo outra carreira? Essa certeza absoluta não existe. 200.000 pessoas pagaram para ver. Uma lástima.

Outra coisa que me mantém afastada é o profundo ódio que nutro pelos traficantes. Não vou dar meu suado dinheirinho pra bandido. Sim, porque são principalmente os usuários que abastecem esses filhos da puta de dinheiro e ainda têm a cara de pau de participar de passeatas a favor da paz e reclamar da crescente onda de violência que mata milhões de pessoas pelo mundo. Hipócritas. É com a venda de um baseadinho aqui, um docinho ali, uma pedrinha acolá, que assassinos como Abadia, Fernandinho Beira-Mar e Marcola estão poderosos. Quantas armas quem usa drogas ajuda a comprar? Quantos cartéis quem usa drogas ajuda a manter? Quantas mortes quem usa drogas tem nas costas? E isso não se aplica apenas aos viciados. Isso vale também para os turistas. É a velha história do “de grão em grão”.

Aí alguém vai falar: mas se liberar, os traficantes não terão mais tanto poder; como se esses marginais não ganhassem grana comercializando também armas e outras coisas. Já ouvi muito que, se fosse liberado, o baseado perderia o encanto que exerce em alguns desajustados. Aquela típica turminha que deseja se auto-afirmar fazendo merda e acha que está abafando. Não acho, ou a venda de cigarros e bebidas alcoólicas seria cada vez menor, uma vez que são compradas com toda a facilidade por quem tem menos de 18 anos. Outro papo furado, usado principalmente pelos maconheiros, é que a erva faz menos mal do que o cigarro ou o álcool, como se alguém achasse que esses dois últimos são inofensivos, apesar de liberados. Só, que apesar de leve, a maconha funciona como o 1º degrau para as drogas mais pesadas. E não acho que o Estado deva incentivar essa subida.

Mas o argumento que mais me tira do sério é que liberando, o país recolherá mais impostos. E o Brasil vai arcar com um aumento de clínicas decentes para dependentes, caso eles resolvam parar com o uso, quando não consegue ajudar na recuperação nem dos alcoólatras? Vai ceder drogas de boa qualidade para que ninguém consuma porcaria e detone ainda mais a saúde, quando não controla nem a qualidade do ensino? Vai disponibilizar pequenas quantidades para que os viciados não precisem traficar, roubar, matar, se prostituir ou virar mendigo, quando muitos ainda morrem de fome? Vai manter centros de consumo com psicólogos para que os viciados tenham lugar seguro e, de quebra, ainda sejam trabalhados para descobrir que se drogar não é legal? E se não é legal, porque foi liberada? Porque não basta apenas liberar. Tem que haver uma responsabilidade nesse ato, mesmo que seja apenas a maconha que, como já disse antes, é o tapete de boas-vindas.

Já estava para escrever este post há um tempão, mas fui deixando passar. Muitas pessoas vão me achar muito radical e exagerada, mas em alguns assuntos sou assim mesmo, 8 ou 80. E depois do moleque, que eu vi crescer, ter aparecido na minha porta querendo me vender uma porcaria de sombrinha velha, fiquei louca da vida. A propósito, parece que Christiane F. teve uma recaída depois dos 40 e perdeu a guarda do filho.

Ingressos para o show da Madonna

Não sou cambista, apenas uma fã ansiosa que comprou ingresso para garantir logo a arquibancada porque demorou a conseguir comprar o VIP. Como íamos em 3 amigos, temos 3 arquibancadas laterais pra vender. Foi de lá que vi o show do U2 e é um ótimo lugar.

Reparou que eu disse “íamos”? É porque um dos amigos não vai mais. Está em Portugal e, infelizmente, não chegará a tempo para o show. Quem se interessar, por favor, mande um e-mail pra mim (annokas73@gmail.com). Os ingressos estão em SP.

Show em SP (estamos vendendo pelo preço honesto, ou seja, pelo preço que compramos).

Dia 18 – quinta-feira
3 Arquibancadas Laterais: R$ 200, (cada)

Dia 20 – sábado
1 VIP: R$ 728, (VENDIDO)
Ps. Para acompanhar a saga e não achar que eu estou sendo desonesta, pode ler isso: http://dezdedinhos.blogspot.com/2008/09/madonna-mia-eu-sou-vip.html

DEPOIS DO THE END - Uma Linda Mulher

Vivian não conseguia acreditar na quantidade de elogios que chegava por e-mail. No começo, achava que escrever uma coluna dando dicas de sexo era maluquice. Mas a falta do que fazer e, principalmente, a ausência do Edico, apelido carinhoso que deu a Edward, tinham falado mais alto. Assim nasceu a "Dou-lhe Uma". O nome tinha sido idéia da Mia, a única pessoa da alta roda que sabia do passado de Vivian.
- Mas Mia, esse nome é ridículo!
- Que nada. "Dou-lhe Uma" não é um título. É uma promessa! E tem duplo sentindo. Pensando bem, têm vários como...
- Eu entendi, Mia. Não precisa desenhar.
- Tenho pensado nessa coluna desde o dia em que você falou pra eu me pendurar no ventilador. Levei Frederico a loucura.
- E ao hospital também, né, Mia?
- O ventilador não tava bem colocado.
- Sei.
- E eu tava mais gordinha.
- Sei.
- Eu acho que você pode começar ensinando a técnica do ventilador. É só colocar um asterisco com aquela defesa em letras minusclinhas para evitar problemas futuros.
- Vou acabar sendo processada pelo Procon.
E lá se vão alguns anos de sucesso, pensou Vivian. Pena que não consiga testar 1/3 do que escreve com Edico, que vive cansado e de mau humor.
- Oi – disse Edico, seco, desviando o pensamento de Vivian.
- Por que demorou tanto?
- Estava trabalhando. Trabalhando de verdade, sabe?
- O que quer dizer com isso, Edico?
Edico jogou o jornal na mesa e Vivian viu sua coluna. Ele tinha feito um bigodinho e colocado óculos na foto dela.
- Edico, o que houve? Tá bebendo água do vaso?
- Sabe qual foi o grande assunto do escritório hoje? – perguntou, acrescentando uns chifrinhos à foto.
Vivian olhou de rabo de olho para o "Dou-lhe Uma", apertou os olhos, mas não conseguiu ver o tema. Começou a ficar preocupada.
- Eu pensei que você não lesse o que escrevo.
- E adianta? Pelas piadinhas sempre deduzo qual é a bola da vez. O manobrista me olha com cumplicidade, como se soubesse de todas as nossas intimidades. Pior, das SUAS intimidades.
- Edico, você está exagerando.
- O que significa ficar com olhinhos feito asas de borboleta? Heim?
- Edico...
- É o que está escrito aqui. A técnica do rompimento do casulo, vai deixá-lo com os olhinhos feito asas de borboleta.
- Edico...
- Isso foi a primeira coisa que ouvi hoje do Marcão. Ele sorriu e ficou piscando várias vezes pra mim.
- Marcão? Aquele advogado vesgo?
- É. Pensei que ele estivesse tento um ataque ou sei lá o que. Mas aí, ele me deu um tapinha nas costas e perguntou se era mais ou menos assim que eu ficava.
- Edico...
- Que diabo de técnica é essa, Vivian? Isso é coisa nova. E não foi comigo que você aprendeu. Você tem outro!
- Tá louco Edico?! Eu amo você.
- Que ama, que nada. Quero saber de onde vem tanta inovação. Tanta bateção de asa.
- Você quer saber a verdade? Eu tô sim, aprendendo com outra pessoa. Mas é tudo culpa sua!
Edico ficou estático com a confissão. O que tinha saído errado, ele pensava. Um filminho passou pela cabeça. Vivian, nua, deitada na cama com outro, tentando anotar todos os movimentos, como na dança de salão. Vivian pedindo ajuda pra escolher aqueles nomes. E nome é uma coisa importante. Exige confiança. Ela não o deixou escolher nem mesmo o nome do peixinho dourado.
- Você está me escutando, Edico?
Edico perdeu o começo da conversa, mas disse que sim. Que ouvia cada palavra.
- Mas para continuar escrevendo bem, eu precisava de você. Para testarmos coisas novas. E você nunca estava a fim. Eu comecei a perder a criatividade e minha editora do jornal me chamou a atenção. Só me restou voltar às ruas. Edico sentou, pálido. Tentou se recordar de alguma peruca curta loura ou bota longa preta no closet. Só lembrou do chicotinho, mas aquilo tinha sido sugestão dele.
- A Kit me ajudou. Ela sabe de coisas inimagináveis. Só pra você ter noção, nunca tive coragem de falar sobre a técnica da taruíra espevitada.
- Kit? Aquela amiga baixinha que você dividia o apartamento?
- Sim, Kit. Agora ela é cafetina.
- Você tem uma cafetina, Vivian?!
- Não, Edico. Nós somos amigas.
- Amigas? Ahh... agora entendi tudo. Você virou sapatão.
- Tá difícil conversar com você.
- Difícil é ouvir isso e ficar com cara de festinha de aniversário. Ou com olhinhos feito asas de borboleta.
- Edico, presta atenção. A Kit me conta as novas tendências, entende? Todas as novidades, as curiosidades, as perplexidades. Eu nunca te traí, homem.
Edico relaxou um pouco.
- Você jura?
- Claro.
- Não fez workshop?
- Pense que tive informações adquiridas em palestras.
- Nada de prática?
- Só teoria.
Ela sorriu. Ele suspirou aliviado e confessou que tinha perdido a vontade de ir pra cama porque imaginou que ela andava fazendo pesquisas de campo. Em seguida, pegou Vivian no colo e foram para a sala do piano, que andava muda há muito tempo. Mas naquela noite, os vizinhos tiveram que chamar o disk-silêncio. Não agüentavam mais ouvir tanto Tico-Tico no Fubá.

Visões diferentes

Recebi uma notícia bem legal há umas semanas. Um outdoor feito pela nossa equipe de criação estava concorrendo entre as 3 melhores peças nacionais na Categoria Especial e ao Grande Prêmio da Central de Outdoor. Há anos não participávamos de um concurso. A parte chata é que ficamos com o bronze. No dia da premiação, em SP, eu fiquei em cólicas querendo saber do resultado e recebi torpedos dos meninos que foram à festa.

Chefe 1
Bronze. Depois dou mais detalhes. A gente poderia ter conseguido, todo mundo achou isso. Que o nosso era o melhor.

Chefe 2
Ganhamos o bronze frente a 1800 agências!!! Uhuuuuu!!!

Um pirulito para quem adivinhar quem é o Diretor de Atendimento e quem é o Diretor de Criação.

Hoje é o Dia Internacional da Luta Contra a AIDS

Uma época atrás, conversando com uma conhecida que é ginecologista, ela contou que uma patricinha de 18 anos, moradora de um bairro classe AAA de Vitória, foi fazer uns exames mais detalhados porque tinha transado pela 1ª vez com o namorado. Ele, igualmente classe AAA e quase da mesma idade, não levou o “capote” e ela, com vergonha de pedir, deixou pra lá. A médica, conhecida da família, não sabe porquê cargas d’água resolveu pedir também o HIV. Resultado do exame: positivo.

Mesmo que seu parceiro tenha transado com apenas 2 ou 3 pessoas diferentes, essas 2 ou 3 pessoas podem ter ido pra cama com mais umas 2 ou 3 outras pessoas... e por aí vai. No final das contas, o resultado pode ser negativo pra você. Ou pior, positivo. Camisinha não é tão ruim assim, gente. É só usar com KY. Fica aqui a dica.


Ps. Se a pessoa nem sugere usar com você pela 1ª vez é porque não deve usar com ninguém. Ou você acha que são os seus belos olhos? Pense nisso.

“Eu vi a cara da morte, E ela estava viva”

Lembro como se fosse hoje. Anos 80. Doença misteriosa que atacava principalmente os gays, prostitutas, hemofílicos e usuários de heroína. Muitos ídolos, meus ídolos, atores, cantores, intelectuais e tantos outros definhavam a olhos vistos. Alguns negavam. Outros fizeram questão de aparecer e dizer que tinham contraído o maldito HIV. Queriam alertar sobre o surgimento do mal que nascia num dos momentos de maior prazer do ser humano: o sexo. Foi um corre-corre. Nessa mesma época, eu soube que camisinha não era apenas uma blusa pequena, mas um escudo contra a ameaça que não tem cura. Infelizmente a geração mais jovem prefere ignorá-la. Talvez por não terem acompanhado o surgimento da doença e sua verdadeira face, a grande maioria prefere contar com a sorte. Os coquetéis mudaram a cara da AIDS. Mas ela ainda existe. E não é bonita.