Eu juro que se não tivesse ouvido e visto tudo pessoalmente, nunca acreditaria nessa história, de tão irreal. Os meninos da agência são umas pestes de atentados. É incrível como fazem piadas com tudo. São mestres em transformar tragédias em comédias. Foi para esses caras que os bandidos tiveram o azar de ligar com o golpe do sequestro relâmpago.


1ª Ligação foi para R., que estava na rua.

Bandidos se passando por mulher chorando: Socorro! Ahh, me pegaram! Me ajuda! Ahhh!

R. (surpreso): Oi?

Bandido: Aí, mermão! Tô com a sua esposa aqui!

R. (calmo): Han?

Bandido: Sua esposa! Tá sequestrada! Nós pegamos!

R. (amolecendo a voz): Mas como amigo? Eu sou gay! Não gosto dessa fruta, não!

Cri Cri Cri (grilos no silêncio)

Tu Tu Tu (telefone desligado)

R. se acabando de dar risadas.


2ª Ligação foi para L., que estava ao meu ladinho. Foi tudo no viva-voz.

Bandido se passando por mulher chorando: Socorro! Ahh, me pegaram! Me ajuda! Ahhh!

L. (surpreso): É trote! É trote!

T. (animado): Deixa eu falar, deixa eu falar!

Bandido: Presta atenção: eu peguei a sua filha.

T.: O que foi?

Bandido: É isso mesmo, babaca! Eu tô com a sua filha sequestrada e vou acabar com ela se você não me der dinheiro!

T.: Não! Fica calmo! Quanto você quer? Vamos resolver tudo.

Bandido: Eu quero 15 mil reais.

T.: Mas é muito dinheiro! Não tenho essa grana toda, não!

Bandido: Eu mato ela, heim! Eu mato! Tô com uma faca no peito dela! Eu furo ela todinha! Corto ela e mando ela toda picada pra você.

T.: Calma, calma! Não faz nada com ela, não!

Bandido: Então não me fode. Dá um jeito de arrumar a grana.

T.: Tudo bem.

Bandido: Onde você tá?

T.: No Centro de Vila Velha.

Bandido: Então pega o dinheiro e me encontra em Vitória. Você vem de carro, ou de ônibus?

T.: De carro.

Bandido: Vai chegar em quanto tempo?

T.: 15 minutos.

Bandido: Então entra logo no carro.

T.: Já tô nele.

Bandido: Tá nada, mermão! Eu vou matar ela, heim! Eu mato! Corto ela toda!

T.: Calma, não faz nada com ela, não!

Bandido: Então para de enrolar, seu filho da puta. Eu acabo com ela!

T.: Então deixa eu falar com ela de novo. Quero saber se ela tá bem.

Bandido se passando por mulher chorando: Socorro! Ahh, me pegaram! Me ajuda! Ahhh!

T.: Tá vendo sua piranha! Eu falei pra você largar aquele ladrão daquele seu namorado! Aquele traficante filho da puta. Agora se fode aí.

Mas ninguém ouviu nada disso porque a parte do choro é toda gravada.

Bandido: Anda, agora vem logo. Ou tô com a faca aqui no peito dela, heim!

T. (gritando e batendo em tudo): Agora você perdeu! Eu que peguei sua filha, mermão!

Bandido (cauteloso): … pegou não...

T.: Peguei sim. Agora é assim: você devolve a minha filha, que eu devolvo a sua. Eu tabém sou do crime. É olho por olho, dente por dente.


O bandido desligou e ligou imediatamente para o próximo número, que é do celular do B. TR. pegou o telefone para se divertir um pouco.


Bandido se passando por mulher chorando: Socorro! Ahh, me pegaram! Me ajuda! Ahhh!

TR.: Alô? Quem é?

Bandido: A parada é a seguinte, mermão. Tava fugindo da polícia e peguei sua mulher de refém!

TR.: O que? Onde você tá? Deixa eu falar com ela!

Bandido: Não, não! Tô com 1 amigo baleado e eu quero dinheiro agora! Se vira!

TR.: Mas você quer quanto?

Bandido: 5 mil.

TR.: Pô, 5 mil? Tá bom.

Bandido: Onde você tá?

TR.: Em Vitória.

Bandido: Você vai no banco?

TR.: Não. Eu tenho essa grana comigo. Isso não é nada.

Bandido: Beleza. Mas tem que chegar aqui rápido, ou a gente apaga ela. Tamo com um dispositivo no coração dela. Vamo apertar e ela morre se você demorar.

TR.: Mas olha só, eu sou um empresário e tenho um sócio que tá me dando problema. Depois que eu te pagar, você não quer fazer um serviço pra mim? Tô afim de passar esse cara.

Bandido: Não vem de onda pra cima de mim, não, seu filho da puta. Eu mato ela.

TR.: Calma, cara. Mata, não. É só um negócio que eu quero fazer. Tá afim, não?

Bandido: É, é. Vamo vê isso depois. Mas traga logo a grana. Entra logo nesse carro.

TR.: Tô indo pra lá. (fingindo que tá falando com alguém): O cara, já fez o que te mandei? Porra, você é muito incompetende! Tô saindo agora. Vê se resolve isso!

Bandido: Você tá de onda, mermão! Eu vou matar ela! Acabo com ela!

TR.: Calma que já tô indo pro carro.

Bandido: Vem sozinho!

TR.: Tô com a minha amante aqui.

Bandido: Larga ela, rapá! “falando com outro cara) Ô Zé Cicatriz! Amarra ela! (Cicatriz respondeu).

TR.: Zé Cicatriz? Cara! Você é amigo do Cicatriz??? É meu brother! Deixa eu falar com ele.

Bandido: Anda logo, filho da puta!

T. (o outro T. entrou na conversa): Cara! Você quer me fuder!

Bandido: Quem é?

T.: Sou o do sequestro passado! Você pegou a minha filha, e eu peguei a sua!

Bandido: Quem?

T.: É isso aí, mermão! Eu ia fazer o serviço pro cara e você passou na minha frente? A gente do crime não pode fazer isso, não! Tem que se unir!

Bandido mudo, calado.

TR. (pegou de novo o telefone): Relaxa! Mas tô conhecendo a sua voz. Você conhece o Mário?

Bandido (rindo, acho que ele também tava no viva-voz): É parente do Naldo?

TR.: Amigo do Sunda?

Risada geral e a bandidagem, rindo, desligou o telefone.

* Isso tudo demorou quase 1 hora. A história se alongou muito e eu resumi. Estou até hoje com as bochechas doendo de tanto gargalhar.


6 comentários:

Leandro disse...

INCRÍVEL!!!

Marjórie disse...

Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Gente, ng merece! To pro crime kkk

Paula disse...

O final foi o máximo!

beijos

Kakaya disse...

Anna?Sério?Verdade?Ligaram pro pessoal da agência em sequência?rsrsrsrs!
Beijos

Cláudia disse...

Trabalhar, vocês trabalham? Dá tempo de encaixar? rs
Adorei!
beijo

Evandro Varella disse...

Sensacional!!! Isso tem que ir prá TV... que roteiro!!! Uau !!!