Terça: Bloco Camaleão

14h. O relógio da rua marcava 33º, mas a temperatura subiu ainda mais depois que o T. Rex chamou os Camaleões para cantarem juntos as primeiras músicas do Chiclete. Era o último dia de carnaval e eu estava com a corda toda. Queria aproveitar cada metro do longo e convidativo percurso do Campo Grande. Munida com barras de cereais e joninho na garrafinha, lá fui eu sorridente atrás do Trio Elétrico. Fazia ainda mais calor do que o dia anterior, mas isso não abalou o ânimo de ninguém. Era só olhar as caras dos colegas de bloco para sacar como aquela tarde seria divertida e inesquecível. Achei que teve menos empurra-empurra do que o Coruja e foi mais organizado, mesmo quando ficamos um tempão parados na ladeira esperando o caminhão da frente voltar a funcionar. A todo momento o Bel dava instruções ao motorista e aos cordeiros "abre a corda aqui. Solta ali." e continuava a cantar. Nesse momento minhas atenções se voltaram para o lindo camarote do Ilê Ayê, que se erguia majestoso entre o mar da Bahia e o oceano de baianos. Infelizmente não cheguei ao final do percurso, quase 7 horas depois, porque a pipoca começou a nos apertar e eu me senti sufocada entre a corda e o trio. Uma besta, porque eles respeitam muito o bloco e eu já me imaginava no meio de uma invasão. Mas tudo bem, mesmo perdendo a despedida tive uma tarde maravilhosa. Digna de ser contada aos meus netos. Pelo menos essa parte que postei aqui no blog.

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