Acaso?

Muitas vezes nos perguntamos porque estamos passando por essa ou aquela situação na vida. Geralmente são percalços que testam a nossa fé e a nossa capacidade de dar a volta por cima e aprender que nada acontece por acaso. É nisso que eu acredito: que nada acontece por acaso. Então, ao invés de praguejar e ficar numa lamentação sem fim, vamos ficar de olhos bem abertos para que nada se perca, nada aconteça em vão. Por que estou falando isso? Porque lembrei de uma história impressionante que aconteceu na família de uma amiga muito querida.
Dona D era casada há alguns anos e nunca tinha conseguido engravidar. Como o casal sempre quis ter filhos, resolveu adotar a C, que era um neném fofo. Para dar uma força nas despesas da casa, Dona D resolveu bancar a babá e tomar conta de crianças. A primeira usava uma cadeira de rodas. A segunda também. Praticamente todas as crianças que apareciam, exigiam um cuidado especial e, principalmente, muito amor e dedicação no trato diário. O trabalho era muito cansativo e todos ficavam intrigados com a coincidência. Nessa época, ela ficou grávida do primeiro filho. Foi uma felicidade enorme e uma surpresa sem tamanho porque já tinham perdido as esperanças e não pensavam mais no assunto depois da adoção. Depois teve mais três e a carreira de babá foi encerrada. Quando fez 7 anos, a pequena C ficou muito doente. Começou a perder os movimentos inferiores e os médicos diagnosticaram paralisia infantil. Nem preciso mencionar como a notícia entristeceu a todos. Dona D, sempre guerreira, retomou o rumo da sua família e colocou em prática tudo o que tinha aprendido nos tempos de babá. Com certeza seria muito mais difícil física e psicologicamente se aquelas crianças nunca tivessem aparecido em sua vida. Se elas não a tivessem preparado para lidar com o que aconteceria.

4 comentários:

Helena Cortez disse...

Talvez eu tenha que aprender a eliminar as pragas e a ansiedade.
Acho que vou conseguir acabar com as duas.

Thaís disse...

Isso foi um soco no estomago.
Acho que precisava disso, de um chacoalhão.
Obrigada pelas palavars de carinho.
Bjo

Gaby Sipioni disse...

Reclamar o povo sabe, mas comentar que eu adicionei o blog de umas e outras nos meus favoritos ninguém comenta...

Anônimo disse...

Excelente.

Me lembrou uma música que dizia: "Considerando a gente como fruto/ de algo maior, maior do que tudo/ a gente começa então a entender/ que não, que não seria um absurdo/ coincidências e paixões de repente acontecerem"